CNDH denuncia riscos de contágio em postos de imigração no sul do México

A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) denunciou nesta o risco de infecções por COVID-19 devido à falta de medidas sanitárias do Instituto Nacional de Migração (INM) nos centros de detenção de Chiapas, no sudeste mexicano.

Ao visitar a Estação Migratória Siglo XXI, onde há pelo menos 19 casos de COVID-19, e a residência provisória El Hueyate, o CNDH documentou falta de eletricidade e água, condições de higiene “inadequadas” e superlotação de pessoas, incluindo mulheres com crianças, que convivem com pacientes infectados.

“As pessoas em contexto de mobilidade, principalmente meninas, meninos, adolescentes e mulheres, e o pessoal que ali trabalha ou se desloca estão em estado de vulnerabilidade múltipla”, denunciou a comissão em relatório.

As medidas cautelares são emitidas em meio a um pico nacional no COVID-19, que deixou mais de 88.000 mortos e mais de 880.000 casos no México.

O governo estudou apenas 1.911 migrantes, dos quais 28,4% deram positivos e 33 morreram, uma fatalidade de 6%, denunciada este mês por grupos civis no “Relatório sobre violações de direitos humanos de migrantes no México no contexto da Pandemia do covid19 “.

Embora o INM negue que isso tenha acontecido em seus centros de detenção, as organizações e a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) constataram a morte de um salvadorenho detido na Cidade do México e de um haitiano em Chiapas por suposta negligência.

“O CNDH solicita ao comissário do Instituto Nacional de Migração que implemente os mecanismos necessários para fazer face à situação descrita acima e transfira as vítimas para uma estadia digna, proporcionando-lhes os serviços de alimentação, saúde e higiene de que necessitam”, pede agora a agência.

Organizações civis registraram 50 mil migrantes detidos de janeiro a agosto, número inferior às 141.844 prisões registradas pelo INM no mesmo período de 2019, mas que consideram preocupante pelo risco de contágio.

Os visitantes do CNDH passaram por estações em Chiapas, estado fronteiriço por onde passa a maior parte dos migrantes da América Central, de 16 a 21 de outubro.

Nos locais também faltam suprimentos médicos, como máscaras faciais, por isso não há recursos suficientes “para prevenir e, se for o caso, mitigar ao máximo os riscos de contágio”.

“O CNDH ficará atento à sua resposta e, caso seja aceita, fará o acompanhamento da sua implementação e cumprimento, garantindo que os direitos humanos das pessoas alojadas nessas instalações sejam respeitados”, afirmou.

Fonte: Brazilian Press