Recorde de 4.4 milhões de pessoas pediram demissão em setembro nos EUA

Um recorde de 4.4 milhões de trabalhadores nos Estados Unidos pediram demissão em setembro. Desses, mais de um milhão trabalhavam no setor de turismo, como hotéis e restaurantes. Os números são do Bureau of Labor Statistics e divulgados na sexta-feira (12).

Na opinião de especialistas, diante de ofertas de vagas melhores, profissionais que lidam com o público, trabalham aos finais de semana e praticamente não têm folga, estão optando por outros tipos de trabalho. “A era em que se pagava o valor mínimo pela hora chegou ao fim. Ninguém mais quer trabalhar duro, sem folga, sem benefícios e ganhar $10 por hora”, disse o economista Joseph Brusuelas. “Esses números mostram que os empresários terão que aumentar o valor pago pelas horas daqui para frente”.

Em setembro, 10.4 milhões de vagas de trabalho foram abertas no País. Os setores de artes, entretenimento e recreação foram os que tiveram o maior número de pedidos de demissão, seguidos por trabalhos no setor público, conhecidos pelos baixos salários. A expectativa é que esse número permaneça alto nos próximos meses.

“O que se vê é que setores em que é necessário trabalhar no local e que pagam pouco é que há uma maior debandada de funcionários”, comentou diretor do Hiring Lab, Nick Bunker.

Com a inflação em alta – a mais alta dos últimos 30 anos – os trabalhadores alegam que precisam ganhar mais para sobreviver.

A ex-funcionária de um restaurante em New York disse ao New York Times que está dentro dessa estatística. Ela pediu demissão ao solicitar folga na semana do Natal e ter sido negada. “Eu pedi folga para viajar e passar o Natal com a minha família e meu pedido foi negado. No mesmo dia, eu pedi demissão”. Ela relata que existem outras empresas, como Amazon e Whole Foods, que pagam melhor e oferecem benefícios. “Eu tinha umas economias guardadas e vou ficar sem trabalhar até o início do ano que vem. Não acho que vai ser difícil encontrar um trabalho melhor”, disse a jovem que pediu para não ser identificada.

Fonte: AcheiUSA