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Chomsky erra ao transpor documentário para livro

23.nov.1996/FolhapressO linguista norte-americano Noam Chomsky durante conferência na USP20/01/201802h00Assim como simplesmente transpor um livro para uma tela não funciona —algo que diretores de cinema vêm aprendendo a duras penas—, passar um documentário para o papel também não.
“Réquiem para o Sonho Americano” (2017), do linguista e filósofo Noam Chomsky, é baseado no documentário de mesmo nome, lançado em 2015. A questão é que “baseado” é um termo modesto. O livro é praticamente uma transcrição do vídeo, disponível na Netflix, com atualizações e extras.
Para quem já viu o documentário, o texto tem pouco a acrescentar. Mas, mesmo que você não tenha assistido —como eu—, a obra ainda padece de um mal de origem.
Isso porque uma coisa é ouvir Chomsky resumindo sua visão de mundo da forma informal que uma entrevista filmada permite. Outra coisa é ler essas ideias escritas de um jeito informal em uma obra que se vende como “o primeiro livro sobre desigualdade de renda” do filósofo.
O resultado é que o filme soa como uma aula interessante —daquelas que não se debruçam muito em detalhes para não serem maçantes.

Fonte: Folha de S.Paulo