
A Estrada Real, que passa por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, é um percurso almejado por muitos ciclistas e por quem gosta de viajar de carro. Por isso surpreende ouvir falar de alguém que fez esse caminho a pé.
Richard Oliveira (@vidademochila) percorreu o trecho entre Ouro Preto (MG) e Paraty (RJ) assim, andando. No total, foram 710 km. Um pouco de sua viagem pode ser visto no documentário “Um Mochileiro na Estrada Real”, no YouTube.
Essa é a segunda peregrinação do goiano. A primeira foi em seu estado e foi registrada no documentário “Um Mochileiro no Caminho de Cora Coralina”, que eu já falei por aqui.
Com anos de prática de gravação e montagem de vídeo, Richard faz boas filmagens, com seu drone e com câmeras presas em algum canto. Um espectador desavisado pode até achar que há um cinegrafista acompanhando o goiano indo embora pelo caminho.
Quem acha que o vídeo só tem belas imagens, de verdes campos e cidades interioranas, com um ou outro boi, há muitas reflexões e depoimentos. Afinal de contas, Richard andou sozinho por 29 dias –outros 9 foram de descanso.
Ficar sem companhia pesa. Pesa mais do que caminhar 710 km ou carregar uma mochila (e sua casa) o tempo todo.
No depoimento mais marcante, o viajante fala sobre seu estilo de viver, em que toma decisões rapidamente para solucionar problemas. E isso influenciou também em como lidou com o luto pela morte do pai. Pessoas mais sensíveis chorarão junto com o careca.
Além de seus momentos de reflexão, Richard colocou no vídeo uma minipalestra de um professor de história sobre a Inconfidência Mineira. Importante para relembrar o destaque que a região teve séculos atrás.
Assim como o primeiro documentário, esse também é independente. No fim do vídeo, ele explica seus motivos e fornece dados para quem quiser contribuir.
Aviso aos passageiros 1: A minha colega Luiza Pastor tem um blog, aqui na Folha, dedicado a quem gosta de caminhar, seja em trilhas ou passeios por aí. Recomendo a leitura do É logo ali
Aviso aos passageiros 2: Recentemente falei sobre uma série documental, também independente, o “Patagônia”. São belas imagens e um texto bem ácido
Fonte: Folha de S.Paulo