
A saída do Reino Unido da União Europeia foi agendada para as 23h do dia 29 de março de 2019. Mas por que não se sabe até agora exatamente o que vai acontecer?
A BBC lista para você quatro motivos para entender os impasses:
1. Falta de consenso
Em referendo realizado em junho de 2016, os britânicos decidiram deixar o bloco por 52% contra 48% dos votos. Desde a consulta popular, foram feitas diversas tentativas de negociações sobre os termos da separação.
E, em novembro de 2018, ambas as partes finalmente chegaram a um acordo, estabelecendo as bases da saída.
O acordo ainda precisa, no entanto, ser ratificado pelo Parlamento britânico. A votação, inicialmente marcada para 11 de dezembro, foi adiada em uma manobra da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, para evitar uma derrota.
Ela enfrentou um voto de desconfiança de seus pares – e sobreviveu por 200 votos a seu favor e 117 contra, mas prometeu renunciar à liderança do partido antes das próximas eleições. E agora permanece em uma posição enfraquecida para convencê-los a aprovar os termos negociados com a UE.
2. Brexit ‘duro’ ou ‘suave’?
O quão próximo vai ser o relacionamento do Reino Unido com a União Europeia, pós-Brexit, é um dos pontos críticos. Um Brexit ‘duro’ quer dizer cortar muitos laços com o bloco, enquanto uma saída ‘suave’ significa permanecer na órbita da UE e adotar muitas de suas regras.
3. Imigração
A premiê quer reduzir o número de cidadãos da União Europeia que podem se mudar para o Reino Unido depois do Brexit. Isso também afetaria os direitos dos cidadãos britânicos de viver na Europa.
4. Fronteira da Irlanda do Norte
E um dos pontos mais controversos das negociações é como lidar com a fronteira entre a Irlanda do Norte, que é território britânico, e a República da Irlanda, país soberano, membro da União Europeia.
A não existência de uma fronteira “rígida” entre os dois territórios, com livre trânsito de pessoas, foi um dos pilares dos acordos que culminaram com o fim de confrontos paramilitares entre Irlanda do Norte e Irlanda.
Existe, portanto, uma preocupação de que haja um retrocesso.
O acordo do Brexit negociado por May estabelece uma espécie de “escudo” – uma rede de segurança, chamada em inglês de “backstop” – impedindo que haja rígido controle aduaneiro nessa fronteira, caso um futuro acordo comercial entre União Europeia e Reino Unido demore a ser concebido.
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Fonte: BBC