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Amigos de Audálio Dantas lembram histórias do jornalista em seu velório

Num canto do salão, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) dizia se lembrar com nitidez do discurso de Audálio na Catedral da Sé após o assassinato de Vladimir Herzog (1937-1975) pelo regime militar. O então dirigente do sindicato contestou a versão oficial do governo, de que o jornalista cometera suicídio, e denunciou que Vlado havia sido torturado e morto no DOI-Codi.
“Eu tenho o Audálio como um exemplo, um irmão de jornadas pela democracia e por justiça”, afirmou Suplicy à Folha, emocionado.
Ao lado do caixão, pendurada numa parede do auditório, uma grande foto de Herzog que ali faz parte da decoração reforçava o tempo todo um dos fatos mais mencionados da trajetória de Audálio. Amigos falavam com orgulho do papel que o jornalista teve na luta pelo fim do regime militar.
Ao lado da porta (e de um cartaz pedindo “Ditadura nunca mais”), o jornalista Fernando Morais contava que foi graças a um alerta de Audálio que ele escapou de ser preso no DOI-Codi. “Ele avisou minha família e eu fugi para Guaranésia, no sul de Minas. No dia seguinte, mataram o Vlado.

Fonte: Folha de S.Paulo