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Seleção convive com indefinições e futuro é desanimador

Indefinição. Nenhuma outra palavra resume melhor o momento atual da Seleção Brasileira. Indefinição em relação ao técnico que vai assumir a equipe pentacampeã, a pouco mais de um ano da abertura da Copa do Mundo; indefinição quanto à convocação dos jogadores que enfrentarão uma rodada difícil nas Eliminatórias Sul-Americanas, onde o Brasil figura na quarta colocação e pode terminar esta rodada da data Fifa fora da zona de classificação direta para o Mundial; e, agora, indefinição até no comando da CBF, já que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, está mais uma vez pressionado e ameaçado no cargo. Com tudo isso, o hexacampeonato vai ficando cada vez mais distante, assim como os torcedores.

Bem, a questão do treinador já se arrasta há mais de 40 dias, desde a demissão de Dorival Júnior no final de março. Mas o cerne do problema nasceu, na verdade, logo após a eliminação da Copa de 2022. Naquela época, mesmo ciente de que Tite não continuaria à frente da Amarelinha, a CBF optou por esperar pelo sonho de consumo Carlo Ancelotti e preferiu empilhar “interinos”: Ramon Menezes (que não tinha experiência comandando equipes de primeira prateleira), Fernando Diniz (que acumulou funções no Fluminense e Seleção) e até o próprio Dorival, que foi uma espécie de tapa-buraco. E é incrível perceber que perdura até hoje a expectativa pelo técnico italiano que, por enquanto, ainda está sob contrato no Real Madrid. Ou seja, desperdiçamos três anos do chamado “ciclo da Copa”, com muito pouco ou quase nada de frutos ou resultados expressivos… e o que é pior: sem um estilo de jogo ou time-base definidos.

Aí entramos no quesito “jogadores”. É inegável que ainda produzimos craques em quantidade: Vini Jr., Raphinha e Rodrygo brilham na Espanha; os goleiros Alisson e Ederson estão entre os melhores da posição na Premier League (Inglaterra); nos gramados brasileiros, Estevão, Pedro, Matheus Pereira, Hulk e Gérson são a prova de que talento não falta. No entanto, no futebol moderno, com jogo mais físico e intenso, a técnica apenas não basta e temos testemunhado isso com os sucessivos fracassos da Seleção. Por isso causa estranheza que a lista de convocados para a próxima data Fifa esteja sendo preparada por dirigentes da CBF – o diretor de seleções, Rodrigo Caetano, e o coordenador Juan. “Peço a compreensão de todos. A gente sabe que este é um tema de extrema relevância, já que estamos falando de um patrimônio do nosso país”, desculpou-se Rodrigo Caetano, sem, contudo, comentar os critérios que vão balizar as suas escolhas.

Mas, como diz o ditado, não há nada tão ruim que não possa piorar. E a bomba chegou no início de maio, colocando em dúvida o acordo que sustentou Ednaldo Rodrigues como mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro. O caso é tão complexo que não vale a pena esmiuçar os pormenores, mas há a possibilidade de o processo que elegeu o presidente em 2022 ser anulado. A CBF já emitiu nota garantindo a “lisura da atual gestão”, mas o importante aqui é destacar que Ednaldo foi, há pouco mais de um mês, reeleito por aclamação e por unanimidade das 27 federações estaduais e dos 40 clubes das Séries A e B… até março de 2030. Ao que parece, o apoio irrestrito desmoronou e, com uma gestão repleta de polêmicas, o cartola jamais foi motivo de orgulho da paixão nacional. Ninguém é capaz de saber como e quando a bagunça vai terminar.

E a vida segue no Brasileirão, com gramados sofríveis, arbitragens incompetentes e até desconfiança por parte do público, que vê as casas de apostas dominando o futebol – todos os 20 clubes da Série A estampam, com maior ou menor destaque, as logomarcas das bets. Por enquanto, a média de público do campeonato continua alta, mas o afastamento da torcida em relação à Seleção é preocupante, até porque essa ligação sempre foi muito intensa. Mas torcedor gosta de ganhar… e estamos há quase 24 anos sem título mundial – e o cenário para 2026 é desanimador, com ou sem Ancelotti.

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Fonte: AcheiUSA