Advogado fala sobre programa criado por Biden para agilizar deportação

Quando anunciou a medida, o Secretário do Homeland Security, Alejandro Mayorkas, disse que “as famílias que chegam à fronteira e são colocadas em processos de imigração devem ter seus casos decididos de maneira ordeira, eficiente e justa”. Ele também disse que quem chegou ao país recentemente não deve definhar em um acúmulo de vários anos a espera do julgamento de seu caso.

Lucci Luciano

Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro deste ano, o democrata Joe Biden teve que enfrentar uma grande crise imigratória que se instaurou na fronteira com o México. Para tentar combater o aumento da imigração ilegal, ele criou alguns programas e manteve algumas regras do seu antecessor, Donald Trump.

Um dos programas e considerado bastante polêmico é o Dedicated Docket que tem por objetivo agilizar os processos de imigrantes detidos na fronteira desde a sua implantação, em maio. De acordo com as informações, este processo diminui significativamente o tempo que leva para os imigrantes terem seus casos julgados e ao mesmo tempo torna mais rápida a deportação.

Quando anunciou a medida, o Secretário do Homeland Security, Alejandro Mayorkas, disse que “as famílias que chegam à fronteira e são colocadas em processos de imigração devem ter seus casos decididos de maneira ordeira, eficiente e justa”. Ele também disse que quem chegou ao país recentemente não deve definhar em um acúmulo de vários anos a espera do julgamento de seu caso.

Mas grande parte dos ativistas e advogados de imigração não concordam que esta medida seja totalmente justa. Para muitos, ela quer apenas agilizar a deportação.

No começo da semana, o advogado Danilo Brack usou as suas redes sociais para falar sobre esta regra e alertar a comunidade. De acordo com ele, maioria das mudanças impostas foi devido à pandemia, mas algumas não surgiram para beneficiar os imigrantes.

Ele disse que não concorda com a Dedicated Docket, “mas que esta regra veio para ficar e é preciso se adaptar a ela”. Brack explica que quem entrou nos EUA este ano, foi pego na fronteira e depois liberado para responder ao processo em liberdade tem apenas um ano para ficar no país. “Esta medida agiliza os casos e em menos de um ano são julgados por um tribunal de imigração”, disse. “Isso significa que em doze meses após entrar, o imigrante pode ser deportado”, acrescentou.

Brack destacou que o programa prioriza imigrantes que entraram nos EUA este ano. “Estamos vendo nos tribunais dezenas de casos de pessoas que chegaram em outubro e já tem audiências marcadas para janeiro”, disse. “Isso não acontecia em anos anteriores quando os imigrantes tinham mais tempo para ficar no país e consequentemente lutar pelos seus casos”, continuou.

O advogado destaca que quem entrou ilegalmente pela fronteira tem apenas duas opções, que são pedir asilo ou buscar a legalização através do casamento. “Ambas são difíceis e se arrastam pelos tribunais. Por isso esta medida atrapalha todos que buscam algum destes caminhos. Isso porque pelo Dedicated Docket permitiu que a deportação ocorra em tempo recorde, antes de um processo de asilo ou casamento chegar à metade”, explicou.

Para saber mais ou marcar uma consulta com Brack, ligue no telefone (978) 453-7225.

Fonte: Brazilian Times

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