Aos poucos, os vinhos brasileiros chegam às mesas e prateleiras nos EUA

Segundo maior destino das exportações brasileiras de vinhos no primeiro semestre, os EUA responderam pelo maior percentual de crescimento em valor

Anteriormente difícil de encontrar, os vinhos brasileiros são presença cada vez mais frequente nas mesas e prateleiras de lares, bodegas e supermercados nos EUA. Basta um passeio pelos estabelecimentos comerciais e restaurantes no bairro do Ironbound, em Newark (NJ), e as opções disponíveis das variedades da bebida, produzidas no Brasil, especialmente na região sul, são claramente perceptíveis.

No bairro do Ironbound, onde concentra-se a comunidade de língua portuguesa em Newark (NJ), alguns proprietários de restaurantes também já perceberam o aumento da oferta e procura por vinhos brasileiros.

Há pouco menos de três anos, 10 vinícolas brasileiras marcaram presença através do Wines of Brasil em um dos maiores painéis de degustação de vinhos da América Latina. Realizado em São Francisco (CA), o Latin America Wine & Spirits Conference que foi voltado para convidados vips, mercado comprador da área de vinhos e jornalistas especializados de veículos-chave do país, informou a agência Apex-Brasil.

“Os EUA são o nosso principal país exportador”, relata Diego Bertolini, diretor de marketing da Wines of Brasil. “O fato de que mais de 120 milhões de americanos bebem vinho e de o mercado continuar crescendo faz dos EUA um destino ideal de exportação”. Entretanto, o Brasil enfrenta vários desafios, nenhum mais significativo do que a falta de familiaridade dos americanos com o vinho brasileiro.

“O Brasil é um país mais famoso por sua cultura colorida, florestas tropicais e praias imaculadas do que a qualidade de seus vinhos, embora isso esteja mudando rapidamente”, reconhece o Mestre Sommelier Ian Cauble. “Uma dedicada comunidade, centrada principalmente na região da Serra Gaúcha, produz deliciosos vinhos em diversos estilos e cores”.

A indústria do vinho do Brasil data da década de 1880, quando um punhado de vinícolas foi estabelecido por imigrantes do norte da Itália, mas agora cresceu para mais de 1.100 vinícolas. Durante a última década, a indústria do vinho se expandiu, com a receita aumentando de 213 milhões de dólares em 2007 para mais de 640 milhões em 2017. A produção foi de 337 milhões de litros no ano passado, de acordo com a Wines of Brasil. Hoje existem 195 mil acres de vinhedos no país.

Na ocasião, a programação contou com uma Master Class seguida de jantar sobre os vinhos verde-amarelos, no qual as informações sobre os produtos serão passadas a 50 convidados especiais pelo Master Sommelier americano Evan Goldstein.

A ação será precedida por uma walk around table, no qual representantes e importadoras das vinícolas disponibilizarão para degustação de 600 participantes alguns dos vinhos e espumantes brasileiros mais representativos no mercado norte-americano. Nas atividades do evento estarão representadas as vinícolas Aurora, Basso, Casa Valduga, Cave Geisse, Don Guerino, Lidio Carraro, Miolo, Perini, Pizzato e Salton.

O evento também se configurou em um fórum para compartilhamento de informações com a participação dos projetos de exportação dos países vinícolas da América Latina, entre eles, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.

As atividades do setor no mercado norte-americano tiveram início com a participação das vinícolas Aurora, Miolo, Perini e Salton no ECRM – Global Wine, Beer & Spirits. Diferente do formato de feira, o ECRM (Efficient Colaborative Retail Marketing) promove rodadas de negócio com reuniões privadas entre os vendedores com importadores, distribuidores e compradores de varejo do México, Reino Unido, China e Espanha, além dos Estados Unidos.

Segundo maior destino das exportações brasileiras de vinhos no primeiro semestre, os Estados Unidos responderam pelo maior percentual de crescimento em valor no período, com alta de 42%, totalizando US$ 444,6 mil. O Wines of Brasil é o projeto de promoção internacional dos vinhos brasileiros realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

No bairro do Ironbound (detalhe), alguns proprietários de restaurantes também já perceberam o aumento da oferta e procura por vinhos brasileiros

Fonte: Brazilian Times