Circunstâncias da morte do brasileiro Miguel Rosa seguem um mistério

A morte de um jovem de 22 anos em Winthrop (Massachusetts) tem causado comoção em toda a…

A morte de um jovem de 22 anos em Winthrop (Massachusetts) tem causado comoção em toda a comunidade brasileira. Miguel Rosa era querido por muitas pessoas, mas viu a vida chegar muito cedo. As causas da morte ainda não foram confirmadas, mas os amigos tentam entender o que aconteceu. Principalmente aqueles mais próximos, que conviveram com ele nos últimos tempos.

Em entrevista ao programa Lado a Lado com a Verdade, apresentado pelo repórter investigativo Thathyanno Desa, os amigos falaram um pouco sobre Miguel e como ele estava.

“Ele sofria de bipolaridade. Ao mesmo tempo estava feliz e triste. No último dia que eu fui na casa dele, eu chamei ele para almoçar e me ajudar a resolver algumas coisas. Ele estava de boa comigo, estava rindo, fazia piadinhas. Mas depois que ele entrou no carro, começou a chorar. Eu sabia que ele sofria de depressão. Já tentei ajudar, pedi para ele controlar as drogas. Ele ficava trancado no quarto, não saía. Ele era uma pessoa incrível. Conheci ele quando cheguei nos Estados Unidos. Somos da mesma cidade. E fomos ficando muito amigos, e ficou um carinho de irmão, mesmo. Eu fazia tudo por ele. E sempre que ele podia, ele fazia por mim também”, afirmou Ramon Alves.

Durante a live, Ramon disse que Miguel lhe contou que havia sido internado em uma clínica sem a permissão dele, pelas pessoas com quem dividiam a casa. “Ele dizia que estava levando os enfermeiros no papo, que iria pegar um cartãozinho para comprar maconha mais barata. Ele dizia que não precisava de remédio. Precisava de maconha para ficar calmo. Eu não sabia se ele estava tomando remédio”, revelou.

Após a morte de Miguel, um vídeo em que ele aparece no chão espumando e tendo convulsões foi muito compartilhado. “O vídeo foi o pior de tudo. Não deviam ter feito isso”, disse Ramon.

O vídeo foi feito por Rafaela, que dividia a casa junto com Miguel e Flauberty Silva. Ela disse que Miguel era o seu melhor amigo, e que o vídeo, gravado com o celular de outra jovem, de 17 anos, foi feito no desespero, com o intuito de pedir ajuda para a mãe dele.

“A razão foi a seguinte. Estávamos todos desesperados quando vimos aquilo. Chamamos a ambulância e demorou 20 minutos. E nestes 20 minutos, estávamos na loucura, sem saber o que fazer. Eu tenho contato com a mãe dele, e o vídeo foi feito porque eu não sabia o que fazer. Eu liguei e ela não atendeu. Aí eu falei: ‘tia, por favor, me responde e me diz o que fazer’. Eu mandei o vídeo e perguntei se ele tinha crise epilética. Ela disse ‘não, chama a ambulância’. Eu disse que já tínhamos chamado. Enquanto a ambulância não chegava, a gente tentou reviver ele. Eu vi a boca espumando, os meninos colocaram de lado. O vídeo foi feito em momento de socorro, de apuro. Não foi feito para eu me safar, dizer que eu estava rindo. A galera diz que eu estava rindo. Estão dizendo que eu sou a assassina do Miguel. A gente fez o que podíamos. Ele era o meu melhor amigo. Um menino amoroso. Ele falava muito bem de mim, e eu tentei ajudar até o último momento. Estão colocando palavras na minha boca, e acusando a gente de coisas que eu não tenho culpa”, conta Rafaela, que afirmou que a dona do celular em que o vídeo foi gravado, foi quem compartilhou as imagens.

Já Flauberty Silva falou um pouco sobre a convivência com Miguel e os últimos momentos com ele. “Foram quase quatro meses de convivência na mesma casa. Dia a dia. Trabalhando junto. Tínhamos uma convivência ótima. Conhecia ele há três, quatro anos. Há uns quatro meses, eu estava sendo despejado do meu quarto. Descobri uma casa que um cara estava alugando e precisava de um pessoal para alugar. O Miguel falou comigo que tinha que sair do quarto. Disse que ia alugar em Malden ou Everett. E eu disse que como tínhamos um grau de afinidade, podíamos dividir a casa. E como ele tinha um carro, era até melhor para nós. Vivi com o Miguel, 3 meses e meio, 4 meses. Convivência de irmão. Um cara de boa. Quando se estressava, gritava, mas depois ficava de boa. Um cara muito humilde. Brigava com você, e em minutos ele pedia desculpas”, contou.

Segundo Flauberty, ele conseguiu um emprego para Miguel, que acabou sofrendo um acidente ao cair de uma escada e acabou precisando ficar parado por quase duas semanas. Foi aí que ele teria mudado de comportamento.

“Um dia, meu tio levou ele para resolver umas coisas, e ele só precisava ficar dentro do carro, caso precisasse manobrar. Ele foi e meu tio deu um dinheiro pra ele. Ele comprou o que tinha que comprar, usou e ficou muito estressado. Mas comigo, ele sempre foi de boa, quando começou a ficar descontrolado, eu falava com ele, e ele ficava de boa”, revela.

De acordo com Flauberty, nesta época, Miguel se isolou no quarto, não querendo ter contato com ninguém. Tanto que em uma ocasião, quando outras pessoas entraram no quarto, ele teria pegado um pedaço de ferro e quebrado tudo.

“Ele estava com medo de pessoas. Não queria contato com gente nenhuma. Alguém batia na porta, ele já ficava perguntando quem era. Ele enlouqueceu. Pegou um pedaço de ferro e começou a bater. E ali tomou um ódio. Ele começou a quebrar tudo. Destruiu o quarto. A gente ficou lá embaixo desesperado e eu fiquei com medo. Precisou de seis policiais para segurar ele. A mãe dele disse que era para fazer o que achava melhor. Então, a Rafa foi no hospital. Deu o andamento nos papeis e ele foi internado. Foi o próprio hospital que internou ele”, conta.

Miguel teria ficado internado no Mass General Hospital, em Boston, por cerca de três semanas, até que foi liberado. Flauberty diz que deixaram ele na frente da casa, com três caixas de remédio de 400 mg cada comprimido. “Ele entrou. Eu desci a escada, perguntei como ele chegou, e ele: ‘voltei e mais louco do que nunca’. Ele tinha na cabeça que era eu quem tinha feito aquilo com ele. Ele não tinha mentalidade de ter saído do hospital. Quem matou meu amigo foi o hospital. Não poderiam ter liberado a pessoa naquela situação, com três caixas de drogas”, revelou. Dias depois, porém, Miguel morreu.

“O que eu pude fazer foi chamar a polícia, chamar a ambulância, e internar ele. Depois, quem matou ele não foi a gente. Foi o hospital. Se tem um culpado é o hospital”, completa.

Contradições nos horários

Chama a atenção na entrevista, as contradições nos horários. Thathyanno perguntou sobre o momento da morte de Miguel, mas os dois que estavam com ele se contradiziam em algumas informações. Eles afirmaram que assim que Rafaela viu que Miguel estava mal, chamou Flauberty, entre 7h40 e 8h, quando foi feito os primeiros socorros.

“Eu acordei para levar a minha namorada para trabalhar. Eu olhei o Miguel no chão, e ele estava bem, estava respirando, não tinha espuma nenhuma. Saí por volta das 6h. Chegamos lá, o patrão dela não tinha colocado os negócios dela para ela ir trabalhar. Ou seja, tinha que voltar para casa. Como tinha que voltar para casa, chamei ela para dar uma volta na praia. Mas eu disse para irmos em casa, aí ela tirava a roupa de serviço e colocava a roupa normal. Apenas ela iria subir para trocar de roupa e eu ia ficar embaixo, esperando ela. Porém, nitidamente, eu escutei uma voz que não estava ali naquele momento, porque só estava eu no carro, dizendo: ‘sobe no seu quarto e checa o Miguel’. Eu estacionei o carro e fui direto no meu quarto. Quando eu abro a porta do meu quarto, eu escuto o barulho dele agonizando e eu olho a boca dele com uma espuma, vomitado. Corri no quarto do Flaubinho pedindo ajuda. Eu travei na hora, eu não sabia o que fazer. O Flaubinho virou ele, eu ajudei a virar, porque o Miguel era pesado. Ele mexeu nas costas dele. Colocou o dedo na língua dele, mas estava normal. Os paramédicos chegaram, tentaram reanimar e nada. Depois de uma hora, a polícia foi na minha casa e tiraram fotos do meu quarto. E eu sei que aqui nos Estados Unidos só tira foto se a pessoa faleceu. Eu perguntei o que estava acontecendo, e ele perguntou o que eu era do Miguel. Eu disse que éramos íntimos, e ele disse que eu tinha o direito de saber que o meu amigo tinha morrido”, contou Rafaela.

Porém, em seguida, eles destacam que se passou um longo tempo entre o momento em que encontraram Miguel até a ambulância chegar. “Eu saí de casa, por volta de umas 6h. E estava tudo bem. Eu olhei para ele, e ele estava só roncando normal. Ele roncava demais. Eu saí por volta das 6h, fui levar minha namorada para trabalhar. E voltei entre 7h30, 8h”, completou Rafaela.

“Eu estava dormindo, não escutei. Quem estava lá embaixo (na casa), eu não sei se escutou alguma coisa. Quem escutou foi o Mosquitinho (rapaz que estava na casa) e ele falou que não teve coragem de entrar no quarto, pois os meninos sabiam como ele (Miguel) estava agressivo no dia que ele foi internado. E ele já tinha olhado para o Mosquitinho quando chegou e não tinha ido com a cara dele. Então ele ficou com medo de subir no quarto e ver alguma coisa. Quando eu fui acordado pela Rafa, fazia entre 40 minutos e uma hora que ele estava assim. Já não tinha muito o que fazer. Fiquei uns 20 minutos dando socorro para ele até a ambulância chegar. Foi muito tempo. Não tinha o que fazer”, disse Flauberty.

Pelas contas, se Flauberty tivesse acordado às 8h para fazer os primeiros socorros, pelo tempo dito, a ambulância teria chegado às 8h20. Porém, eles confirmaram depois, que só chamaram o 911 mais de uma hora depois disso. Até porque neste meio tempo, foi feito o vídeo.

Vale destacar que quando Rafaela falou sobre os motivos pelos quais gravou o vídeo, ela afirmou ter dito à mãe de Miguel (que já teria visto o vídeo), que já havia chamado a ambulância.

Porém, em outra parte da entrevista, Rafaela diz que o vídeo foi gravado antes de ligar para o 911. Disse que o vídeo foi feito por volta das 8h40 e que só conseguiu enviar o vídeo para a mãe de Miguel por volta das 9h15.

Depois, disse que não sabia dizer o horário que ligou para o 911. Ao olhar o celular, viu que havia chamado a ambulância às 9h23.

Flauberty ainda contou ter entregado os remédios para a polícia. E no final, eles confessaram ter gravado o vídeo antes de ter ligado para o 911.

(com informaçoes do Globe News USA)

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Fonte: Redação Brazilian Times

Fonte: Brazilian Times