Devido ao embate jurídico entre a “Disney” e o governador Ron DeSantis, a empresa desistiu da construção de um complexo de escritórios, investimentos de quase US$ 1 bilhão em Orlando. Foram descartados 2 mil empregos
Da Redação – O chefe dos parques da “Walt Disney”, Josh D’Amaro, afirmou nesta quinta-feira (18), que a empresa de entretenimento desistiu da construção de um complexo de escritórios, com investimentos de quase US$ 1 bilhão em Orlando, devido a brigas judiciais com o governador Ron DeSantis. O anúncio foi feito à imprensa internacional, acirrando o embate jurídico na Flórida, descartando o plano de abrir frentes de dois mil empregos no estado.
“Dadas às mudanças consideráveis que ocorreram desde o anúncio deste projeto, incluindo novas lideranças e mudanças nas condições de negócios, decidimos não avançar com a construção do campus”, escreveu D’Amaro. “Esta não foi uma decisão fácil de tomar, mas acredito que é a certa.”
O plano da “Disney” era realocar funcionários, incluindo os “Imagineers” –responsáveis pelos passeios em parques temáticos –, para o novo campus em Lake Nona, que fica a cerca de 30 quilômetros dos principais parques na cidade. A estimativa era que a Disney investisse até US$ 864 milhões no projeto.
O presidente da Disney, Bob Iger, questionou publicamente o interesse da Flórida no investimento contínuo da empresa. Em uma ligação com investidores para discutir os resultados trimestrais, ele observou que a empresa empregava mais de 75 mil pessoas na no estado, além de atrair milhões de visitantes todos os anos ao “Walt Disney World”.
O executivo disse que tinha planos de investir US$ 17 bilhões para expandir o Resort na próxima década. “O estado quer que invistamos mais, empreguemos mais pessoas e paguemos mais impostos ou não?”, questionou.
Mais um capítulo
Segue mais um capítulo do atrito entre a “Disney” e o governador republicano após crítica da companhia de entretenimento a uma lei educacional da Flórida, que limita a instrução em sala de aula sobre identidade de gênero e orientação sexual.
O que parecia ser uma mera discussão tomou rumos drásticos, envolvendo um distrito fiscal especial – território dentro do estado –, que abrange os parques “Disney World”. Desde então, os legisladores da Flórida têm aplicado medidas severas à companhia – a maior pagadora de impostos do estado.
O cenário resultou em uma série de ações judiciais, em um esforço dos novos conselheiros para anular os acordos da “Disney”, firmados na gestão anterior. Nesse contexto, a “Disney” está processando DeSantis e seus aliados no tribunal federal, enquanto os indicados pelo distrito fiscal do governador tentam uma ofensiva por meio de ações judiciais no tribunal estadual.
Fonte: Nossa Gente