Aumentam as chances de Bernie Sanders enfrentar Trump nas urnas em novembro

Bernie Sanders figura como um potencial candidato do Partido
Democrata para enfrentar Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro. No
debate de terça-feira (25) ocorrido em Charleston, na Carolina do Sul, Sanders
saiu mais uma vez vitorioso.  

Os pré-candidatos atacaram o favorito Bernie Sanders e seus
projetos, em um debate acirrado no qual questionaram a capacidade do senador
para unir os eleitores e derrotar Donald Trump. Sanders, no entanto, se saiu
muito bem, de acordo com a avaliação de especialistas.

Os rivais de Sanders criticaram suas opiniões de esquerda e
seus planos, principalmente a reforma para dar uma cobertura universal de
saúde, como muito radicais para convencer o eleitorado americano.

Sanders – que venceu as primárias em New Hampshire e em
Nevada – rebateu as críticas de que é “muito radical” e disse que tem
a seu favor o fato de ser capaz de inspirar a participação dos eleitores.

“A forma de derrotar Trump – que é o que todos desejam
– é que precisamos de uma campanha com energia e emoção. E precisamos trazer de
volta a classe trabalhadora para o Partido Democrata”, disse.

A Carolina do Sul organizará a última votação antes da
“Super Terça”, em 3 de março, quando 14 estados votarão
simultaneamente, com um terço dos delegados necessários para a indicação do
partido em disputa.

Biden, que precisa provar na Carolina do Sul que continua
sendo um candidato viável, advertiu que Sanders é brando no que diz respeito ao
porte de armas, enquanto o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg disse que
a Rússia tenta ajudar o senador para beneficiar Trump.

“Vladimir Putin pensa que Donald Trump deveria ser
presidente dos Estados Unidos e por isto a Rússia o está ajudando a ser
escolhido, para que seja derrotado por ele”, declarou Bloomberg.

A senadora Elizabeth Warren e o ex-prefeito de South Bend
(Indiana), Pete Buttigieg, dois candidatos que precisam de um impulso para
seguir na disputa, atacaram o programa de Sanders por seus custos

Buttigieg, um veterano do exército de 38 anos e gay assumido,
afirmou que uma candidatura de Sanders provocaria o “caos” e
dividiria os americanos.

Warren disse que compartilha a agenda progressista de
Sanders, mas destacou que existem profundas diferenças entre os dois.

Polêmica sobre Cuba

Durante o debate, Sanders respondeu à polêmica provocada por
suas declarações quando foi entrevistado no programa de TV “60
Minutes” a respeito de comentários feitos há três décadas sobre países
como Cuba, em particular destacando que Fidel Castro organizou uma campanha de
alfabetização. “Eu sou contrário ao autoritarismo em todo o mundo”,
declarou Sanders no debate.

“Claro que há uma ditadura em Cuba”, afirmou, ao
ressaltar que seus comentários não são tão diferentes das declarações feitas
pelo ex-presidente Barack Obama, que iniciou uma aproximação com Havana em
2014.

Embora tenha condenado o tratamento dos “dissidentes
presos” na ilha, suas declarações no domingo provocaram críticas de outros
candidatos e de congressistas democratas na Flórida, um reduto dos cubanos
anticastristas e um estado crucial para conquistar a Casa Branca.

“Eu acredito que é uma boa ideia ser honesto sobre a
política externa americana e isso inclui o fato de que os Estados Unidos
derrubarem governos em todo o mundo, no Chile, na Guatemala, no Irã e quando as
ditaduras, seja na China ou em Cuba, fazem algo de bom, você reconhece”,
afirmou durante o debate.

O ex-vice-presidente Joe Biden disse que o contexto em que
Obama se expressou era diferente, pois estava no exterior. Ele afirmou que o
ex-presidente nunca aceitou “regimes autoritários”. (Com informações da
AFP)

Fonte: AcheiUSA