
A imensidão do centro de São Paulo do mirante do Farol Santander (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
Que São Paulo tem um zilhão de problemas, ninguém discute. Focando o olhar naquilo que a cidade tem de bom, porém, dá pra ser feliz de sobra. Garimpar e registrar lugares incríveis na metrópole é justamente a paixão – e um dos jobs – da diretora de TV e editora de arte Andrea Setti (ela compartilha seus achados no Insta @asetti), que levou a prima gringa aqui em vários rolês para redescobrir a própria cidade, depois de vários anos de ausência. Compartilho com vocês um dos roteiros mais bacanas que fizemos, a pé e tranquilamente, pelo centro de São Paulo:

Interior da Casa de Francisca, mix de restaurante, bar e cabaré (Divulgação/Reprodução)

Interior do Palacete Teresa, onde fica a Casa de Francisca (Andrea Setti/Arquivo pessoal)

O palacete Teresa visto de fora (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
1. Almoço na Casa de Francisca
Cabaré? Restaurante? Centro cultural? De tudo um pouco. Comece o rolê almoçando na Casa de Francisca, no primeiro andar do Palacete Teresa, um dos edifícios mais lindos do centro de São Paulo (que abrigou a primeira loja de instrumentos da cidade e a rádio Record em seus áureos tempos). Ainda que toda a ambientação seja um teletransporte para a Europa, o menu de almoço é pura brasileiragem. No lindo salão-plateia, devore um baião de doze (arroz, feijão de corda, carne seca, queijo coalho, verduras e temperinhos) ou um ragu de rabada com angu. Você mesmo pede a bebida e a comida no caixa e pega na cozinha ou no bar. Guarde a sobremesa para as próximas etapas do passeio e não deixe de passar na vizinha Casa Amadeus, uma das melhores lojas de instrumentos da cidade, que tem uma vista bacana do terraço.

Baião de doze e ragu de rabada na Casa de Francisca (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
2. Cafezinho no CCBB
Os cafés incríveis do centro renderiam um post à parte (e são uma das obsessões da @asetti). Tome a primeira xicrinha dentro do espetacular edifício do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil). O Flashback Café tem vários tipos de grãos especiais e docinhos para acompanhar.

A imponente entrada do CCBB (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
3. Visita ao antigo Banco de São Paulo
Ícone do estilo art déco em São Paulo, o antigo edifício do Banco de São Paulo traduz a pompa que o Centro teve em seus dias de glória. Poderia ser um belo museu, só que não é. Colocado à venda pelo governo do estado no fim do ano passado, o prédio só pode ser visitado com agendamento prévio neste link – mas pouca gente sabe disso. Este link tem os contatos e fotos incríveis do interior do edifício. Mesmo sem reserva, dá pra dar uma espiada no lindíssimo saguão.

Interior do antigo Banco de São Paulo (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Elevador do antigo Bando de São Paulo (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
4. Bolinho no novo Café 174
É rato do centro e quer um lugar pra chamar de novo? Aberto recentemente no saguão do imponente edifício da AASP (Associação dos Advogados de São Paulo), o Café 174 é para pessoas exigentes. Serve um bolo red velvet demolidor e um espresso-tônica meticuloso.

Café 174, novo no pedaço, no prédio da AASP (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
5. Mosteiro de São Bento reloaded
Depois de um trabalho de restauração que durou mais de uma década, o Mosteiro de São Bento reabriu há cerca de 5 anos com exatamente o mesmo look que tinha no século 17. Dê uma chance a ele no meio do seu rolê.
6. Café com pudim no Girondino
O Café Girondino original funcionou na Praça da Sé no século 19. Mas quem se importa com isso? Com jeitinho e alma vintage, o atual rende uma homenagem à casa “raiz” e serve um pudim perfeito – com vista para o Mosteiro de São Bento.

O melhor pudim no Café Girondino, de alma vintage (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
7. Farol Santander
Não é segredo para ninguém: depois de revolucionar o antigo Edifício Banespa, o Farol Santander converteu-se num dos principais cartões postais da cidade. Como um parque de diversões vertical, tem um espaço de exposições (atualmente com uma mostra de Tarsila do Amaral para crianças) e uma espécie de museu com a história do prédio e do banco Santander, entre outras atrações. Mas boa parte dos visitantes vai direto ao mirante no 26º andar, onde também funciona o café Suplicy. Em hipótese alguma deixe de visitar a GE-NI-AL obra do artista plástico Vik Muniz, no 4º andar, e entenda porque o cara é considerado um dos grandes nomes da arte contemporânea internacional atualmente. Um mesmo tíquete dá direito a todas as atrações. E você não pode nem ir ao café se não comprá-lo. E mais: as entradas costumam se esgotar, principalmente nos finais de semana e feriados. Compre com antecedência!

Vik Muniz no Farol Santander: não deixe de ver (Andrea Setti/Arquivo pessoal)

Exposição do Farol Santander (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
8. Bar do Cofre
No subsolo do Farol Santander, o Bar do Cofre é, provavelmente, o mais impressionante de São Paulo. Como o nome sugere, funciona no antigo cofre do edifício e leva a assinatura do SubAstor (sinônimo de coquetéis perfeitos). Para não amargar na fila, chegue logo na hora de abertura, às 17h.

Bar do Cofre: o mais poderoso de São Paulo (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
9. Bar dos Arcos
Nas mitológicas “catacumbas” do Teatro Municipal, o Bar dos Arcos bate do Bar do Cofre no quesito “maior fila para entrar” de São Paulo (e também consegue ser ainda mais caro), a menos que você chegue pontualmente às 18h. Mas vale a pena. Com um lindo balcão iluminado, drinques perfeitos e detalhes como uma piscina de bolas (que será eliminada em breve, snif snif, segundo anunciou o proprietário Facundo Guerra em seus Instagram), é a chave de ouro da sua odisseia pelo centro.

Bar dos Arcos, o mais badalado da cidade atualmente (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
10. A Casa do Porco Bar fast food
No lugar de investir seu suado dinheiro nos petiscos do Bar dos Arcos, guarde a fome para o sanduba de porco desfiado da Casa do Porco Bar. A versão fast food do melhor restaurante do Brasil funciona numa janelinha que dá pra calçada até a meia-noite. Cervejinha artesanal da casa para acompanhar.

O fast food glorioso da Casa do Porco Bar (Andrea Setti/Arquivo pessoal)
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Fonte: Viagem e Turismo