Brasileiras “desaparecidas” foram presas tentando atravessar para o Canadá

Presas pela polícia de fronteira do Maine, nos EUA, Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, Desirrê Freitas, de 26, e a coach life Katiuscia Torres, a Kat Torres, de 30 anos, podiam estar tentando atravessar os EUA rumo ao Canadá com documentos irregulares. As três foram presas no dia 2 de novembro.

A advogada Gladys Carolina Pires Pacheco, do grupo Searchingdesirre, criado para buscar Desirrê e Letícia, que eram consideradas desaparecidas pelas famílias, confirmou a detenção das três que deverão ser extraditadas. Parentes e amigos acusam Kat Torres de atuar como líder espiritual para cooptar as duas mulheres que estariam passando por problemas emocionais e assim usá-las para aplicar golpes financeiros. Entre as denúncias que eram investigadas estaria inclusive tráfico humano para fins de prostituição, suspeita que ganhou força depois de fotos das duas terem sido vistas em sites pornográficos.

Gladys disse que já oficiou o Consulado Brasileiro em Boston, que atua na jurisdição do Maine, para ter mais informações sobre o motivo das prisões.

— Nós já pedimos informações oficialmente, mas ainda não fomos informadas. Acredito que possa ter relação com os vistos porque o da Letícia já estava vencido, uma vez que ela se encontrava nos EUA desde abril, e o da Desirrê provavelmente também — afirmou a advogada, acrescentando que Desirrê e Letícia estariam na Stewart Detention Center e Kat Torres em Cumberland County Jail.

No dia 18 de outubro, as suspeitas de que Dessirê e Letícia podiam estar sendo mantidas em cárcere privado na casa de Kat Torres aumentaram. Letícia postou, em sua rede social, um vídeo em que afirmava ter fugido do cativeiro. “Gente, eu quero a ajuda de vocês. Eu estou tentando falar e vocês não estão acreditando. Por favor, a Desirrê está em perigo. Eu consegui sair do cativeiro, mas a Desirrê ainda está lá. Eu vou tentar salvar ela”, disse ela, que aparentava olheiras profundas e estava descabelada. Depois, em novas postagens, ela mudou a versão e passou a garantir que estava na casa de Kat Torres por livre e espontânea vontade e fez acusações contra a própria família.

As buscas pelas duas passaram a mobilizar também o Ministério das Relações Exteriores que, por meio de nota, informou que acompanhava a situação das duas jovens por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston. Na época, o órgão destacou ainda que estava em “contato estreito com as autoridades policiais norte-americanas responsáveis pela investigação”.

Para as famílias, Letícia e Desirrê estariam nas mãos de uma seita ou de uma rede de prostituição, conduzida por Kat Torres. Através de sua redes sociais, Kat negava as acusações e também garantia que apenas acolhia as duas que teriam problemas com as famílias. As duas moravam e trabalhariam para ela. Além de consultas espirituais, inclusive com banhos mágicos, Katiuscia, também conhecida como Kat Luz era muito popular em conteúdo de autoajuda na internet e é autora do livro “A Voz”.

Em algumas postagens, Letícia chegou a dizer que era abusada pelo pai, o que levou Cleider a constituir um advogado para cuidar do caso. Antes de as acusações ganharem repercussão, ele deu entrevista afirmando que toda a família estava muito abalada e sem entender por que Letícia estava agindo daquela forma.

Fonte: Brazilian Press