Brasileiro é espancado em ataque xenofóbico em Portugal: ‘notou meu sotaque’

O pernambucano Saulo Jucá mora na cidade de Braga, em Portugal, desde 2021, e tem cidadania portuguesa. No sábado (10), ele estava em uma cafeteria quando foi abordado por um homem “aparentemente alcoolizado”. “Ele me agrediu, chutou minha cara e minhas costelas”, disse Saulo em entrevista ao site G1. De acordo com a vítima, o ataque foi motivado por xenofobia.  “Ele notou pelo meu sotaque, que eu era brasileiro”, afirmou, acrescentando que o homem questionou sua nacionalidade antes de começar a espançá-lo.

Jucá relatou que enquanto era agredido, a mãe do infrator pedia que ele parasse, senão “seria preso novamente”. O incidente aconteceu por volta das 9 p.m. e, logo depois, o brasileiro foi atendido por uma ambulância e levado ao hospital com fraturas no rosto e no corpo. A polícia foi acionada, mas até esta terça-feira (13), não havia informações sobre prisões relacionada ao caso.

Agressões e injúrias contra brasileiros  têm se tornado cada vez mais frequentes no pais europeu. De acordo com a Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial (CICDR) –órgão ligado ao governo português– casos de xenofobia contra imigrantes do Brasil aumentaram 433% desde 2017. No ultimo dia 22 de maio, um casal de homens gays de Alagoas foi atacado por oito seguranças ao deixar uma boate em Lisboa. “Eles [os seguranças] tentaram me assassinar, isso não foi apenas um espancamento. Eles me torturaram muito antes de me soltar”, contou Jefferson Tenório Gomes, uma das vítimas, em seu perfil em uma rede social. No vídeo, Tenório mencionou o desaparecimento de outro conterrâneo na capital portuguesa, que foi sido encontrado morto dias depois. “Nós, imigrantes, estamos gritando por socorro, por favor”, disse o alagoano.

A comunidade brasileira em Portugal representa 29,2% de todos os estrangeiros em situação regular no país, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), órgão do governo de Portugal responsável pelo controle da imigração. Mas acredita-se que seja muito maior porque os dados do SEF não incluem residentes com dupla cidadania ou os que vivem fora de status no país.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado Geral do Brasil em Lisboa, afirma que está à disposição para prestar assistência consular. Denúncias de xenofobia ou racismo que se enquadram na Lei n.º 93/2017 (legislação nacional contra discriminação racial), de 23 de agosto, podem ser apresentadas presencialmente junto à CICDR, ou através do e-mail [email protected].

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Fonte: AcheiUSA