Coiote brasileiro ameaça imigrante que atravessou a fronteira e não pagou pelo “serviço”

Um traficante de pessoas, conhecido popularmente como ‘coiote’, está ameaçando dois brasileiros, que conseguiram fazer a travessia ilegalmente pela fronteira do México e EUA, mas não pagaram o valor não combinado.

Em conversas enviadas por meio de áudio via WhatsApp, o coiote brasileiro afirma que “vai até o inferno atrás desse dinheiro”. “O serviço foi feito e foi bem feito. E eu preciso do dinheiro. A promissória está aqui e eu quero o dinheiro, não quero nem saber, se é o José ou o Paulo que vai pagar. Eu quero o dinheiro”, diz o coiote em áudios obtidos pelo jornal O Globo.

Os imigrantes brasileiros não foram identificados pela reportagem, que afirma que eles já estão em solo americano. Eles teriam pago $1000 de um acordo de $20 mil dólares.

Em outras partes da conversa, o coiote disse que não vai desistir de receber. “Vocês têm que resolver entre vocês aí, porque a conta está aqui, a promissória está aqui e, a partir de hoje, estou pagando 10% de juros na mão de agiota. Devo nas agências, meu cartão de crédito está estourado. No México estou devendo para o pessoal aqui e até ameaçado de morte eu estou sendo. Então, esse tipo de coisa não funciona assim. As pessoas que eu levo, todo mês, estão pagando. Tem gente que chegou dentro dos EUA um mês depois de vocês e já pagou três parcelas. Então, vocês têm um rolo entre vocês aí, meu dinheiro eu quero. Nem que precisar ir no inferno buscar ele eu vou buscar ele”, ameaça o homem.

Travessia de brasileiros

O número de brasileiros que tentam atravessar a fronteira aumentou significativamente no último ano. Há duas semanas, a brasileira Lenilda Oliveira dos Santos, de 49 anos, morreu de sede no deserto tentando fazer a perigosa travessia.

De acordo com a Polícia Federal, estima-se que 150 brasileiros sejam detidos diariamente pelas agências policiais americanas, chegando a quase 5.000 por mês.

No ano fiscal de 2021, ainda acaba no dia 30 deste mês, foi registrado o recorde de apreensões de brasileiros, 30.508 casos até julho de 2021.

Fonte: AcheiUSA