
Jhonatan Gomes de Souza era natural de Umuarama (PR) e foi encontrado já sem vida pela esposa, Amanda Barbarotte
Na semana passada, Jhonatan Gomes de Souza, natural do município de Umuarama (PR), morador em Hudson (MA), foi encontrado sem vida pela esposa dele, Amanda Barbarotte. O paranaense vivia nos EUA há aproximadamente 1 ano e foi considerado o primeiro caso de suicídio na comunidade esse ano em Massachusetts.
“Foi uma surpresa para mim, pois, apesar de eu suspeitar que ele sofria de depressão, nunca conversamos sobre isso”, relatou ela ao jornal Brazilian Times.
Jhonatan e Amanda frequentavam a igreja Abba Church, localizada na cidade de Marlbrough (MA), liderada pelo Pastor José Carlos Goulart.
A morte súbita do brasileiro surpreendeu e chocou parentes e amigos. Em decorrência disso, Amanda iniciou no website GoFundMe.com a campanha beneficente: https://bit.ly/2GpXdfc, cujo objetivo é angariar US$ 5 mil, os quais serão utilizados para pagar as despesas com velório e traslado do corpo para o Brasil. Até à tarde de segunda-feira (27), foram arrecadados 545.
“Esse era o Jhonatan, um rapaz jovem, cheio de vida, cheio de sonhos. (Ele) só estava aqui na América há apenas 1 ano. Juntos, tínhamos vários planos para realizar. Mas, esquecemos que a vida traça seu próprio caminho, às vezes, e não esperávamos que iríamos lidar com esse impedimento que nos surpreendeu. A morte apareceu e tudo foi ceifado. Eu, como esposa, estou aqui para que vocês possam me ajudar com as despesas. A família dele no Brasil quer vê-lo pela última vez e, como tudo é muito caro, preciso da sua ajuda obrigada”, postou Amanda no GoFundMe.com.
. Depressão fez outra vítima entre brasileiros:
Em dezembro do ano passado, a depressão fez outra vítima entre brasileiros; desta vez na comunidade de Newark (NJ). Na manhã de terça-feira, 3 de dezembro, Ernane Júlio dos Reis, de 32 anos, solteiro, natural do município de Virgolândia (MG), morador no bairro do Ironbound, em Newark (NJ), foi encontrado morto no local de trabalho, em Watchung (NJ). Na ocasião, a notícia do falecimento do brasileiro foi divulgada na página do Facebook da irmã dele, Eliane Júlia dos Reis, residente em Duque de Caxias (RJ). Ele vivia nos EUA há aproximadamente 16 anos.
Segundo amigos, Ernane, conhecido nas redes sociais como “Naum Oséias”, na segunda-feira (2), enviou uma mensagem de voz para alguém no Brasil comunicando que “se mataria em poucos minutos”. Preocupados, os familiares dele no Brasil contataram um amigo dele que também reside em Newark para que o procurasse. Na mesma noite, essa pessoa foi à casa de Ernane, entretanto, encontrou o imóvel vazio e o brasileiro não atendia as ligações telefônicas.
Na manhã de terça-feira (3), esse amigo lembrou-se que Ernane, que possuía uma companhia de construção civil, trabalhava com frequência para um cliente em Watchung (NJ). Ele, então, entrou em contato com o patrão do brasileiro e perguntou-lhe se ele o havia visto recentemente. O patrão respondeu que sim e, inclusive, que Reis havia trabalhado para ele no dia anterior. O amigo então dirigiu para Watchung e, no meio da viagem, o patrão de Ernane ligou-lhe novamente e relatou que o carro do brasileiro ainda estava estacionado em frente a casa onde ele trabalhou no dia anterior. Quando a esposa do patrão e o amigo foram verificar na garagem, encontraram o corpo do brasileiro pendurado por uma extensão de fio elétrico.
Nos últimos dois meses, Ernane Júlio dos Reis foi o 2º brasileiro a falecer após a celebração do movimento “Setembro Amarelo: Mês de Prevenção ao Suicídio”, iniciado pela ONG: https://www.setembroamarelo.org.br/. Nove em cada 10 mortes por suicídio podem ser evitadas. O dado, da Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas.
A primeira medida preventiva é a educação. É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto. O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade. Atualmente, 32 brasileiros se suicidam diariamente. No mundo, ocorre uma morte a cada 40 segundos.
Aproximadamente 1 milhão de pessoas se matam a cada ano. Sabe-se que os números são muito maiores, pois a subnotificação é reconhecida. Além disso, os especialistas estimam que o total de tentativas supere o de suicídios em pelo menos dez vezes. É fato que o suicídio é um fenômeno complexo, de múltiplas determinações, mas saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo. O suicídio é um ato de comunicação. Quem se mata, na realidade tenta se livrar da dor, do sofrimento, que de tão imenso, parece insuportável.
Fonte: Brazilian Voice