Descobertas No Tempo do COVID19

Nunca fomos tão unidos como nesta pandemia, apesar das diferenças de situação, às vezes gritantes e muito triste. Talvez somente na guerra uma inteira nação se encontra vivendo a mesma realidade, no nosso caso o mundo inteiro está compartilhando de uma mesma ameaça.

Não é uma guerra, porém. Não devemos entendê-la assim. É um momento de pausa. Temos pelo menos duas formas de viver essa pausa: no desespero ou na aceitação (exclui a opção da negação pois negar algo que o mundo inteiro está experimentando e sofrendo é assunto para a psiquiatria).

O melhor caminho é fazer desse tempo algo produtivo, ou melhor, descobrir a produtividade em áreas que talvez antes desconhecíamos ou não havíamos explorado.

Neste tempo totalmente fora do ordinário, percebo à minha volta algumas mudanças nas pessoas que atendo. Todas em casa, muitas delas descobriram-se mais felizes. Se deram conta de quanto estar em casa faz-lhes bem. Sentiam falta do lar sem perceber. Agora conseguem ter um ritmo de vida mais “real”, menos afobado, atordoado e confuso. Estão mais centradas, mas cientes de si. Revendo seu estilo de vida.

Para muitas a pandemia obrigou a uma pausa que lhes evitou fazer escolhas que agora percebem não teriam sido as melhores. Outras, obrigadas a encarar uma realidade interior ou familiar, descobrem que estava na hora de resolver o que estava aguardando por uma tomada de atitude nossa, decidida e esclarecida.

Vejo pessoas arrumando suas casas e fazendo-o com gosto. Vejo outras cuidando de seus jardins, pintando paredes, refazendo telhados e pisos. Pessoas levando adiante seu trabalhado de casa com mais serenidade, alternando o tempo ao computador com outro na cozinha ou com os filhos.

Vejo casais conversando mais, se confrontando e tendo que se resolver. Vejo mães tendo que dar conta dos filhos e descobrindo que talvez era isso mesmo que faltava: uma atitude mais firme, mais decidida e autoconfiante no próprio taco, na própria intuição. Famílias se ajustando e tendo que colaborar uns com os outros.

Vejo crescer a busca por soluções alternativas de moradia. Para não ficar na cidade trancados em um apartamento, se mudam para o campo e percebem o quanto é bom viver assim, e é mais barato. E dá para trabalhar. Basta ter a internet.

As crianças estão mais felizes, mais tranquilas, os adultos têm mais tempo, a saúde melhor. A natureza, como sabemos, é terapeuta. O verde por si só já nos ajuda a nos sentirmos melhor.

Começa-se a analisar a possibilidade de criar novas rotinas uma vez que a pandemia passar. Aumenta a realização que outro estilo de vida é possível, mais suave, mais humano.

Pessoas acostumadas e trabalhar em grandes empresas, completamente envolvidas na dinâmica empresarial e aparentemente parte dela sem questionamentos se mostram muito mais agradáveis e tranquilas nas videoconferências.

Os mais conscientes me perguntam se elas se dão conta. Respondo que não tem como esquecer uma vivência: positiva. O sentir-se bem reverbera e é mais forte do racional.

E o que dizer do ambiente, dos animais, da atmosfera, do planeta? Tenho uma agenda cheia e devo dizer com o coração enternecido que todos estão mais serenos. Quando uma porta se fecha, uma perspectiva de trabalho morre, outra surge e vários me dizem que ou estão economizando ou está se abrindo outro caminho profissional que era o que realmente queriam para si e não ousavam antes tentar, para não falar dos que se depararam com oportunidades inesperadas em completa sintonia com o sonho guardado na gaveta.

Que a crise seja oportunidade para todos nós de renovação. Um reset num mundo caótico que esmaga a verdade de cada um e nos obriga a um estilo de vida desumano e totalmente contrário à Natureza.

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Fonte: Gazeta News