Flórida se destaca entre os 10 principais estados para negócios em startups

De acordo com os dados do Bureau of Labor Statistics dos EUA, cerca de um quinto de todas as startups normalmente não sobrevivem após o primeiro ano de operação e quase a metade nunca chega a completar cinco anos. Superando as expectativas, o Sunshine State ficou em 6º lugar na lista do WalletHub, com pontuações altas para o ambiente de negócios.

A pesquisa comparou os 50 estados em 26 indicadores-chave do sucesso de startups em três dimensões principais: 1) Ambiente de Negócios, 2) Acesso a Recursos e 3) Custos de Negócios para determinar os terrenos mais férteis para esse tipo de negócio.

Apesar de a Flórida ter alguns dos financiamentos menos acessíveis em todo o país, segundo o WalletHub, o estado ficou em terceiro lugar para o crescimento médio do número de pequenas empresas e o quinto na categoria de startups per capita, aponta o estudo.

Na área de Tampa Bay e no sul da Flórida, a comunidade de pequenas empresas e startup está prosperando e foram nomeadas como os melhores lugares para início de um negócio, segundo o estudo do WalletHub.

Ainda, instituições acadêmicas como a Florida International University (FIU), a Florida Atlantic University (FAU) e a Universidade de Miami (UM) estão criando incubadoras ou desenvolvendo espaços de co-working e concursos de plano de negócios, o que alavanca ainda mais o tipo de negócio na região.

Identificar um problema e apresentar a solução

De olho na parcela de brasileiros que se mudou para os Estados Unidos, especialmente para a Flórida, no auge da crise em 2014, mas que continuava a trabalhar e a manter negócios no Brasil, o CEO e um dos criadores da startup brasileira, Business Traveler Deals (btd), que opera há 18 meses na Flórida e em Nova York, Manoel Suhet, percebeu um nicho no mercado e resolveu arriscar.

Manoel Suhet, CEO e um dos criadores da startup brasileira Business Traveler Deals (btd).

Suhet conta que observou o movimento da “indústria nova corporativa” – brasileiros que têm a família morando na Flórida, mas que continuam operando empresas no Brasil. Ou seja, esse movimento reforçou então a ponte aérea São Paulo/Miami, por exemplo. “Houve uma nova demanda de viagens corporativas e as companhias tradicionais não perceberam isso, também porque não têm capacidade de operar rápido, só com muita tecnologia e foi daí que percebi essa janela de oportunidade”, relata.

Tendo como público-alvo pequenos e médios empresários, e pessoas que precisam viajar internacionalmente com certa frequência, a dbt realizou parcerias com empresas do setor de viagens e criou um modelo de negócios de baixo custo oferecendo descontos em serviços de companhias aéreas, como por exemplo, em taxas de reserva, hoteis, empresas de transporte, etc.

“É um mercado muito grande, mas muito fragmentado e mal servido. Pequenas e médias agências, sobretudo que voam internacionalmente, requerem tecnologia para reduzir os custos e fazer com que essa transação seja transparente. Por trás do nosso trabalho há muita automação e inteligência artificial”, salienta o executivo, que completa ainda que o foco na economia dos mais de 500 clientes ficou de 10% a 50% no custo total das viagens em 2018.

Em 10 meses, o aplicativo tem mais de 1.200 downloads em 38 países e em oito línguas. “Esse é poder de uma startup de tecnologia, poder trabalhar com flexibilidade para redução de custos nos tempos modernos”, ressalta.

Para o CEO, o mercado de startups na Flórida é muito aquecido, com muito capital disponível. Miami montou um ecossistema que é muito favorável pra quem cria startup. Muita opção de ‘coworking’ e também empresas e instituições que apoiam incubadoras, investidores anjos, e muitas empresas de capital de risco e investidores privados dispostos e com capital para investir em startups.

No sul da Flórida, esse tipo de mercado atraiu cerca de 1,3 bilhões de dólares em 2018, aponta Suhe. “Um número impressionante que mostra a grande capacidade do estado para isso. Além dos eventos voltados à area tecnológica. Vimos também que a comunidade brasileira, que é bem expressiva, tem se aproveitado desse mercado para empreender”, finaliza.

Fernando Azevedo, sócio da Silicon Minds.

Ainda não é um Vale do Silício

Outra startup criada por brasileiros é a Silicon Minds, que trabalha com Reputação Online, Social Media Advertisement, Amazon FBA, Drop Shipping e também o aplicativo de monitoramento de contas no Instagram – o BippApp.

Em comparação com o Vale do Silício, na Califórnia, onde foi criada em 2015, o mercado da Flórida ainda deixa muito a desejar, segundo o sócio Fernando Azevedo, que hoje mora na Flórida, onde também explora o mercado de negócios digitais.

“O mercado de startups é muito menor do que o do Vale do Silício e vejo muitos empreendedores que acabam criando um ’emprego’ pois não se focam em negócios globais e escaláveis. No entanto, o mercado existe. A Magic Leap, comprada pela Google, é um bom exemplo. E tenho conhecido alguns americanos feras que moram no sul da Flórida e se conectam com profissionais do Vale do Silício pela internet”, menciona.

Para o analista digital, falta a garra empreendedora do Vale do Silício de trabalhar 100 horas por semana, a ideia de escalar rápido, facilidade de capital de risco. “Nesses pontos eu acho que a Flórida ainda deixa a muito a desejar”, analisa Azevedo.

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Fonte: Gazeta News