
José Gonzalez Carranza, de 30 anos, retornou aos EUA depois que o caso foi destaque na mídia no Arizona
Nessa semana, as autoridades migratórias permitiram que o esposo de uma combatente dos EUA morta no Afeganistão retornasse aos EUA; revertendo abruptamente a decisão de tê-lo deportado ao México. A volta ao país de José Gonzalez Carranza, de 30 anos, ocorreu depois que o caso provocou ultraje público.
Ele foi preso por agentes do Departamento de Imigração (ICE), na segunda-feira (8), quando se dirigia ao trabalho como soldador. Na quinta-feira (11), José foi deportado à cidade de Nogales, na fronteira norte do estado mexicano de Sonora, denunciou o advogado dele ao jornal Arizona Republic.
Na segunda-feira (15), Carranza, cuja esposa, Barbara Vieyra, de 22 anos, foi morta por insurgentes em 2010 quando servia no Afeganistão, foi autorizado a retornar aos EUA através do ponto de entrada em Nogales (Ariz.). Ele foi transportado de carro até Phoenix, onde os agentes o levaram até a sede do ICE na região, conforme o jornal.
José e Bárbara tiveram uma filha, hoje com 12 anos, Evelyn Gonzalez Vieyra, que atualmente vive com os avós.
Apesar de não ter ficado claro o motivo da mudança de decisão por parte das autoridades, o advogado de Carranza especula que tenha sido consequência do impacto causado pela mídia.
José relatou que cruzou clandestinamente a fronteira entre os EUA e México em 2004. Três anos depois, ele casou-se com Vieira. Na ocasião, ele conseguiu liberdade condicional, oferecida a alguns parentes de veteranos dos EUA para permanecerem no país sem o risco de deportação, conforme o advogado, Ezequiel Hernandez.
O advogado acrescentou que o caso parece particularmente “cruel” visto a história de Carranza e a morte da esposa dele. “Há muita gente que você pode ir atrás, mas não um indivíduo cuja esposa morreu no Afeganistão”, comentou.
Os representantes da American Civil Liberties Union (ACLU) criticaram a deportação de José, considerando a decisão como o “nível de crueldade” da parte dos agentes do ICE.
“O Governo pode exercitar o livre arbítrio em buscar a deportação de único pai restante de uma cidadã dos EUA sob essas circunstâncias”, disse Cecília Vargas, diretora interina da ACLU.
Carranza foi permitido a reingressar nos EUA depois que Hernandez recebeu um telefonema do ICE, após ele ter enviado um press release ao jornal Arizona Republic, na segunda-feira (15), referente à deportação dele. O retorno e liberação ocorreram em Phoenix. Antes de retornar aos EUA, José vivia num abrigo para imigrantes deportados em Nogales, México, onde ele não tinha certeza se veria novamente a filha dele.
“Eu me senti tão mal”, relatou ao Arizona Republic. “Eu pensava que, talvez, nunca mais a veria de novo”.
Fonte: Brazilian Voice