Família brasileira é deportada ao desembarcar em Boston por causa de grupo do WhatsApp

Uma família de brasileiros que já havia visitado os EUA várias vezes como turista foi deportada e teve seus vistos cancelados ao desembarcar no aeroporto de Boston, em Massachusetts, dia 17 de abril deste ano. O caso foi relatado pelo advogado Daniel Toledo, que atua na área de direito internacional e é sócio do LeeToledo PLLC. Como castigo, eles irão passar cinco anos impedidos de realizar uma nova solicitação de entrada no país. “Eles passaram 14 horas dentro do aeroporto, com uma série de restrições, muitas pessoas fazendo perguntas e uma pressão enorme. Receberam alguns papéis e foram obrigados a voltar ao Brasil, sem ao menos entender o que estava acontecendo”, revelou o advogado.

Mais tarde, os motivos da deportação foram esclarecidos através do Freedom of Information Act (FOIA). O documento destacou que o grupo mantinha um grupo de WhatsApp em que diversos brasileiros que vivem em Boston repassam informações sobre como viver de maneira ilegal nos EUA. As dicas, segundo Toledo, iam de compras no supermercado `a matrícula de crianças em escolas públicas. Tudo isso documentado, com provas e prints das conversas.

“Os brasileiros declararam que ficariam no país por 22 dias e tinham, inclusive, reservado hotel e um carro para esse período. No entanto, a real intenção da família era viver nos EUA após esse período”, declarou o especialista.

Famílias são impedidas de entrar na Flórida

Duas semanas atras, Toledo publicou um vídeo no YouTube em que outras duas famílias também são deportadas da Flórida após terem seus planos de permanecer ilegalmente no território americano descobertos pela imigração no aeroporto de Miami. “Eles me pediram para falar sobre isso para que eu alerte outras pessoas”, diz.

Neste caso, os agentes interrogaram os membros das famílias separadamente e encontraram inconsistência nas respostas sobre os planos da viagem. Os agentes, chegaram a solicitar o extrato bancário de um dos indivíduos e descobriu uma transferência de $32 mil dólares feito para um banco dos EUA cinco dias antes do embarque, quando o valor declarado para o suposto turismo no Sunshine State era $8 mil.

Os oficiais também checaram os telefones e constataram que todos estavam com chips novos. Como se não bastasse terem a deportação confirmada, os homens da família ainda foram enviados para passar a noite em um centro detenção do ICE, onde tiveram que passar a noite por não haver voo disponível para mandá-los de volta ao Brasil no mesmo dia.

“Criou-se aí uma serie de traumas que são desnecessários”, comentou Toledo.
Ele ressaltou que os agentes são treinados para investigar tudo sobre viajantes que chegam ao país e mentir é considerado crime federal e pode ter consequências para o imigrante. “Sair do desestruturado e um grande risco e pode, aí sim, te obrigar a ficar no Brasil, por obrigação porque você não vai poder ir para o outro país porque seu visto vai estar cancelado”, finalizou.

A melhor maneira, segundo ele, é a criação de um plano de imigração robusto e que possibilite a aprovação de um visto de residência permanente no país

Fonte: AcheiUSA