Abu Dhabi quer entrar no mapa mundial das artes com novo distrito cultural

Enquanto Dubai é um destino mais cosmopolita, Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, se destaca por oferecer maior contato com a cultura islâmica, além de ter uma crescente oferta de museus. É lá que fica a imponente mesquita Sheikh Zayed, nomeada em homenagem ao fundador dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan (1918-2004), cujo retrato é onipresente no país.

Única mesquita da cidade aberta para não-muçulmanos, o templo é um passeio obrigatório em Abu Dhabi. Mulheres precisam cobrir todo o corpo e o cabelo para entrar, mas lenços para essa finalidade podem ser providenciados na entrada do complexo.

Abu Dhabi, aliás, é mais conservadora do que a cosmopolita Dubai, portanto recomenda-se que mulheres, mesmo na rua, evitem usar roupas que exponham demais o corpo.

Além de uma arquitetura islâmica impressionante —com grandiosos domos e minaretes, espelhos d’água e um enorme pátio com um piso de mármore branco com estampas florais— a visita à mesquita Sheikh Zayed é uma das melhores oportunidades para conhecer a religião. Os guias explicam questões básicas sobre o islamismo e ficam à disposição para sanar eventuais dúvidas.

Na grandiosa área interna, o chão é inteiramente recoberto por um carpete de 5.700 metros quadrados —o maior carpete feito à mão do mundo. Ao todo, a mesquita tem capacidade para receber mais de 7.000 fiéis.

A visita pode ser feita inclusive durante o mês sagrado do Ramadã, mas os horários mudam. Dentro do complexo da mesquita há ainda uma biblioteca com cerca de 10 mil títulos, a maioria dedicada à arte e arquitetura islâmicas.

Mas não é apenas pela cultura religiosa que a capital dos EAU se destaca. O emirado tem se esforçado para virar referência no que diz respeito à arte e à arquitetura. O Louvre Abu Dhabi, inaugurado em 2017, tem projeto assinado pelo arquiteto francês Jean Nouvel, vencedor do Pritzker, o “Nobel” da Arquitetura.

O museu foi apenas o pontapé inicial de um projeto de inserção da cidade no mapa mundial das artes. No distrito cultural, estão sendo construídos, bem ao lado do Louvre, uma unidade do Guggenheim, com arquitetura do também vencedor do Pritzker Frank Gehry, e um Natural History Museum, projetado pelo escritório holandês Mecanoo. A ideia é que todos eles sejam entregues até 2030.

Além da oferta cultural, Abu Dhabi tem também os luxos típicos dos Emirados Árabes. O Emirates Palace é um dos hotéis mais sofisticados do país. É onde chefes de Estado costumam se hospedar quando visitam a capital. Tem uma marina própria, equipada para receber iates de grande porte, e suítes com diárias que chegam a US$ 30 mil (cerca de R$ 140 mil).

Quem quer entretenimento e agitação deve ir à ilha Yas. Lá ficam os bares mais animados, o autódromo que recebe a Fórmula 1, e alguns parques de diversões, entre eles o Ferrari World, parque temático da escuderia italiana.

O complexo tem exposições de carros, lojas com itens da Ferrari e diversos brinquedos. O principal deles é a Formula Rossa, montanha-russa que, na largada, vai de 0 a 240 km/h em 4,9 segundos. Para andar na atração, é preciso esvaziar os bolsos e deixar todos os pertences em um guarda-volumes, além de colocar um óculos de proteção —afinal não há capacete e, portanto, o passageiro fica “de cara para o vento”.

Diferentemente da maioria das montanhas-russas, em que as descidas e os loopings são as partes mais emocionantes, na Formula Rossa o que mais impressiona é mesmo a velocidade. A disparada é para fazer todo fã de Fórmula 1 se sentir dando largada em um Grande Prêmio. Trata-se, aliás, da montanha-russa mais rápida do mundo —é que ainda estamos nos Emirados Árabes Unidos, terra dos superlativos.

Fonte: Folha de S.Paulo