Autora de livro sobre a China, baiana relembra como foi viajar ao Tibete

A China, assim como muitos países asiáticos, desperta curiosidade no brasileiro. Seja porque é muito longe daqui, pelas paisagens deslumbrantes ou porque vemos todos os dias inúmeras notícias sobre a nação chefiada por Xi Jinping.

A baiana Joana Silva (@registrosdajo) gostou tanto do país que chegou a viver lá por um tempo, dando aula em escola infantil.

Ela conheceu a China durante suas andanças pelo mundo, após trabalhar como executiva de recursos humanos em uma multinacional aqui no Brasil.

Com tanta experiência na bagagem, a baiana resolveu compartilhar o que viveu em seu livro recém-lançado “As Lições que eu Aprendi Viajando e Morando na China”. Abaixo, ela conta suas primeiras impressões de quando visitou o Tibete.

Joana Silva em frente ao Palácio Potala, em sua viagem pelo Tibete (Arquivo pessoal)

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Logo que saí do trem, devagarzinho os sintomas da altitude foram se manifestando no meu corpo. Senti o raciocínio lento, cansaço físico, leve falta de ar e dor de cabeça. Após o desembarque fui direcionada por um dos tripulantes para o posto de imigração. Uma não oriental jamais passaria despercebida e foi assim que percebi: eu era a única estrangeira da viagem.

O Ngawang Tashi, guia da agência, me aguardava na saída da estação e logo fui presenteada com o Khata branco, um cachecol de tecido de cetim usado em cerimônias do budismo tibetano, que simboliza pureza e compaixão.

Estava fascinada por ter colocado os pés no Tibete, mas os desconfortos por causa da altitude ficavam mais fortes. Após me advertir a não tirar foto do tanque de guerra e dos oficiais do Exército na rua, Ngawang me levou até o táxi e seguimos para o hotel.

Abri a janela para sentir aquele ar fresco de montanha no rosto, coloquei a cabeça um pouco para fora e fechei os olhos por alguns segundos. Não sabia se filmava, tirava foto ou simplesmente contemplava a vista. A chegada foi com surpresas, lojas da Nike, da Apple, The North Face, franquias de marcas chinesas, viadutos, trânsito, motos, carros e buzinas. Olhando para mais longe, vi imensas áreas desérticas e montanhas ao fundo e iaques passeando.

O planalto Tibetano é o topo do mundo e está a 4.800 m de altitude acima do nível do mar. Ngawang fortemente recomendou beber bastante água, tomar chá, manter o corpo aquecido, andar devagar, não fazer movimentos bruscos e descansar da viagem. No check-in descobri que estaria sozinha no quarto duplo, havia sido liberada de pagar a taxa de US$ 100 pelo quarto individual, o café da manhã, que estava incluso, seria servido no terraço onde tinha uma vista privilegiada para a cidade e as montanhas dos Himalaias que a cercavam.

Joana e sua obra, “As Lições que eu Aprendi Viajando e Morando na China” (Arquivo pessoal)

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Em tempos de coronavírus nossas viagens ficaram mais restritas. Mas ainda podemos relembrar momentos marcantes que tivemos em outras cidades. Que tal compartilhar sua história de viagem com o blog Check-in? É só escrever para o email [email protected].

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Aviso aos passageiros 1: A escritora Manoela Ramos está na estrada desde 2016 e já conheceu 24 estados brasileiros, e sempre com a verba reduzida. Tanta experiência rendeu o livro “Confissões de Viajante (Sem Grana)”

Aviso aos passageiros 2: O casal de jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto viajou pelo Brasil e por países aqui da América do Sul a bordo de um carro 1.0 e lançou um livro sobre a empreitada, o “Crônicas na bagagem: 421 dias na estrada – uma jornada de desprendimento pela América do Sul”

Fonte: Folha de S.Paulo

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