O grupo Beach Park anunciou nesta quarta-feira (22) o lançamento do Ohana Beach Park Resort, um novo resort de luxo, situado ao lado do parque aquático, em um investimento de R$ 150 milhões. É o maior investimento da história do complexo turístico, localizado na praia de Porto das Dunas, em Aquiraz, vizinha a Fortaleza (CE).
Com 218 apartamentos e uma área de 10 mil m², o Ohana aumenta em 40% a capacidade de acomodação do Beach Park, que atualmente conta com outros quatro resorts, com diárias que variam de R$ 583 a R$ 3.580.
As obras devem começar em setembro e a projeção é de que seja inaugurado em 2025. Haverá quatro modalidades de quartos, mas o valor das diárias ainda não foi divulgado. As mais luxuosas terão jacuzzi e jardim privativos, o que torna o Ohana o hotel de maior padrão de toda a rede do Beach Park.
As novas hospedagens do Ohana Beach Park Resort foram pensadas para simular “uma casa de praia no Ceará”, numa tentativa de valorizar a cultura local. A área de coworking, que não existe atualmente, será um diferencial para atrair o turista pós-pandemia que trabalha remotamente.
O anúncio vem em meio a uma série de desafios enfrentados pelo parque nos últimos anos. Em 2018, um acidente matou um turista no brinquedo Vainkará, que havia sido inaugurado apenas dois dias antes e não está mais em operação.
O parque foi atingido pela pandemia de coronavírus e permaneceu com as portas fechadas durante nove meses, somando pausas em 2020 e 2021, o que representou um enorme impacto econômico para o grupo. O Beach Park recebe cerca de um milhão de turistas por ano.
Além disso, o Brasil enfrenta há anos uma grave crise econômica, agravada pela pandemia e pelo cenário internacional, que pressiona inflação e desemprego, dois inimigos do turismo.
Nada disso, no entanto, parece preocupar a empresa, que vê o cenário de retomada das atividades do setor com entusiasmo.
“Vamos investir porque acreditamos que o mercado de lazer vai continuar crescendo, por causa da transformação comportamental das pessoas, potencializada pela pandemia, de quererem viajar mais”, diz Murilo Pascoal, CEO do Beach Park, que afirma ter vendido dentro do previsto para julho de 2022.
O faturamento do primeiro trimestre de 2019 foi de R$ 81,8 milhões, enquanto no mesmo período de 2022 foi de R$ 102,4 milhões, apesar de um público menor.
Isso é possível, segundo ele, graças a uma receita per capita maior, reflexo de investimentos anteriores, como uma vila na saída do parque inaugurada em 2015 com lojas de souvenires.
Essa, aliás, vem sendo uma das principais apostas do Beach Park para aumentar o faturamento: fazer com que o turista gaste mais tempo em suas dependências, seja na consumação das barracas ou em mais diárias no parque aquático.
A empresa avalia que melhorias no município de Aquiraz também seriam benéficas para ela. Hoje o local enfrenta uma série de problemas, como alagamentos em ruas não asfaltadas, que prejudicam deslocamentos e chegada de visitantes.
Após o acidente, o Beach Park mudou a forma de recebimento de novos equipamentos, para aumentar a segurança.
A empresa também tem investido em ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, algo como melhores práticas ambientais, sociais e de governança em português).
Um exemplo é a certificação Lixo Zero recebida no último 10 de junho do Instituto Lixo Zero Brasil pela gestão sustentável de 95,2% dos resíduos gerados durante o processo de operação do parque.
O Beach Park recebeu em 2022 pela segunda vez o ISO 14001, selo de boas práticas ambientais. Murilo Pascoal aponta isso como garantia de que a construção do novo empreendimento não causará impactos ambientais na região.
O jornalista viajou a convite do Beach Park.
Fonte: Folha de S.Paulo