Cachoeiras no sul de Minas são opção para fugir de aglomeração em viagens

Municípios do sul de Minas Gerais conhecidos pelas cachoeiras apostam no ecoturismo para recuperar o público que, com o avanço da vacinação contra a Covid no Brasil, volta a pensar em viagens nacionais.

De acordo com Ricardo Fonseca, professor do programa de pós-graduação em turismo e patrimônio da Universidade Federal de Ouro Preto, o ecoturismo se baseia em três pilares: “a interpretação da natureza, a conservação da natureza e os benefícios para a comunidade”.

Esse segmento do turismo pode envolver, por exemplo, visitas a cachoeiras, trilhas, observação de fauna e flora e atividades de aventura. Por se tratar geralmente de uma programação ao ar livre, o ecoturismo pode ser a melhor opção durante a pandemia. No sul de Minas, são diversos os roteiros para quem deseja passar dias de descanso em meio à natureza.

Segundo Leônidas Oliveira, secretário de cultura e turismo de Minas Gerais, o sul do estado possui 16 circuitos turísticos, com mais de 500 atrativos naturais.

A cidade de Aiuruoca, no sul do estado, é uma das que se destacam pelas opções de atividades ligadas à natureza. O município possui 85 cachoeiras, destaca Marcus Arantes, proprietário da agência de turismo Ajuru, muitas delas com poços para banho. São indicados passeios às cachoeiras dos Garcias, do Fundo, do Tiziu e ao poço Azul. Além das quedas d’água, os turistas podem aproveitar os diversos picos da Serra do Papagaio, que possibilitam diferentes trilhas e belas paisagens.

Além de uma opção de lazer fora de espaços confinados, o turismo ecológico também auxilia na movimentação da economia de cidades pequenas. “Trazendo as pessoas para um passeio ao ar livre, você tem pessoas dormindo em pousadas ou casas alugadas, consumindo em restaurantes e padarias, pagando entrada em cachoeiras que podem estar em propriedades privadas”, ressalta Fonseca.

Saulo Salomão, secretário de turismo de Carrancas (também no sul do estado), diz que a cidade está com todos os atrativos naturais abertos e que espaços como restaurantes e pousadas estão seguindo protocolos sanitários contra o coronavírus para receber os visitantes. No município, entre os principais atrativos estão a cachoeira da Esmeralda, o complexo de cachoeiras da Zilda e a cachoeira dos Anjos.

As taxas para acesso a esses espaços variam de R$ 5 a R$ 25 por pessoa. Outro destaque são os mirantes, muito recomendados para quem deseja apreciar o pôr do sol na serra.

Na cidade de Gonçalves, Thaynara Siqueira, proprietária da empresa Mantiqueira Ecoturismo, diz que a procura pelos roteiros ecológicos aumentou muito nos últimos meses. “A gente começou a ter uma procura pelo destino que não tinha antes. O público mudou um pouco, pessoas que nunca frequentaram esses destinos começaram a descobrir o ecoturismo.”

A cidade possui entre os seus atrativos diversas cachoeiras para contemplação e banho, trilhas e picos. Além disso, tem crescido o interesse pela observação de aves, segundo Siqueira. Entre as cachoeiras se destacam o complexo das Sete Quedas, a cachoeira do Simão e a dos Henriques.

Em Poços de Caldas, o destaque principal é a serra de São Domingo, que possibilita trilhas de bike ou a pé, rampas para voo livre e vistas panorâmicas da região. A cachoeira do Véu das Noivas e a cascata da Antas não são apropriadas para banho, mas valem a visita pela beleza da paisagem. Atualmente, elas estão com volume reduzido devido ao período de seca.

Outro ponto importante que potencializa o ecoturismo é a busca por destinos mais próximos, que evitam grandes deslocamentos. Nesse sentido, o infectologista Geraldo Cunha Cury, professor da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, alerta que o principal complicador para a retomada do turismo é o confinamento durante o transporte.

Para viagens de ônibus, o médico recomenda que os vidros permaneçam sempre abertos. No caso do uso de ar-condicionado, é importante deixar que o ar externo circule dentro do veículo. Quando possível, ele diz ainda, é melhor optar por viagens de carro e para destinos mais próximos.

ONDE VISITAR CACHOEIRAS NO SUL DE MINAS

Aiuruoca (370 km de BH | 350 km de SP)
Cachoeira dos Garcias: Cerca de 30 metros de queda d’água com poço para banho e uma bela paisagem.
Custo para entrar: gratuito, aberta todos os dias
Endereço: Estrada Vale dos Garcias

Carrancas (280 km de BH | 400 km de SP)
Complexo da Zilda: Diversas cachoeiras, trilhas, escorregador natural, grutas e pinturas rupestres.
Custo para entrar: Valores entre R$ 10 e R$ 25; aberto aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 17h30
Endereço: Estrada Real Carrancas – Cruzília (a 12 km de Carrancas)

Gonçalves (450 km de BH | 190 km de SP)
Cachoeira do Simão: Tranquila, de fácil acesso, com sombra e poço para banho
Custo para entrar: gratuito, aberta todos os dias
Endereço: a 3,7 km de Gonçalves

Fonte: Folha de S.Paulo