Campeão do automobilismo vira guardião das onças e quer turismo de preservação

Quando se aposentou das pistas, o campeão da Fórmula 3 inglesa em 1998 e ex-piloto de testes da McLaren na Fórmula 1 Mario Haberfeld saiu de mochila pelo mundo afora para ver animais em seu habitat.

Viajou até as montanhas de Ruanda para avistar gorilas, foi atrás do leopardo-das-neves no Himalaia, mas se apaixonou mesmo foi pelo Pantanal e suas onças pintadas.

Hoje, Haberfeld é presidente do conselho de administração da Onçafari, uma ONG voltada à preservação da espécie.

A onça colocou o Pantanal no mapa dos grandes safáris do mundo?

Sem dúvida alguma. O Pantanal tem sido visitado cada vez mais por turistas que vão à África ver leopardos e leões ou pássaros, ver tigres na Índia.

A onça é o bicho mais midiático, mas a quantidade de pássaros na região é uma das maiores do mundo. O Pantanal tem vários microclimas e paisagens ao longo dele e permite passeios únicos.

Como está a preservação da onça?

Temos trabalhado com algumas pousadas, como a Caiman, para que o turismo seja um elemento para contribuir para a preservação não apenas da onça. A taxa de avistamento lá chega perto de 100%.

Foi feito um longo trabalho de habituação das onças que habitam ali com o turismo. Ela está no topo da cadeia alimentar, ou seja, para ela existir, todo o resto tem que estar preservado. Se preservarmos, estamos protegendo o bioma.

A Onçafari tem outros projetos de turismo que poderão ser abertos?

Um grupo de empresários tem adquirido terras no Pantanal para preservação. Foi comprada uma fazenda chamada Santa Sofia, cuja área estava 99,5% preservada. Também foi adquirida outra propriedade, cuja particularidade é ter 10% da população de araras azuis.

Está se analisando a viabilidade econômica dos empreendimentos, e eles poderão ser abertos para hospedagem nos próximos anos. Mas ainda há análises a serem feitas.

Fonte: Folha de S.Paulo