Colônia de pinguins é atração em praia na África do Sul

​Esteja onde estiver na Cidade do Cabo, na África do Sul, é impossível escapar de Table Mountain. A montanha de cume plano, parte da lista das sete maravilhas naturais do mundo, é pano de fundo de qualquer passeio por ali. Com sorte, dá para vê-la coberta de nuvens, numa formação conhecida como “a toalha da mesa”.

Ponto turístico mais famoso da cidade, o monte também dá nome a um parque que se estende ao extremo sul do continente africano.

Escalar o pico, por trilha ou teleférico, é uma boa forma de começar o passeio pela área. A pé, acessa-se o topo por uma trilha, que leva cerca de duas horas e meia para ser completada —é recomendável fazer o trajeto com um guia.

Embaixo, uma placa indica a visibilidade, a temperatura e a força do vento no cume. 

No dia da visita da reportagem, o público era avisado de que fazia frio, apesar do sol, e a ventania era média. Um eufemismo. Fazia tão frio e ventava tanto que turistas corriam para a lojinha comprar kits com gorro e cachecol.

Para subir e descer a montanha por teleférico paga-se a partir de 100 rands (cerca de R$ 27). Em menos de um minuto, são percorridos os 1.087 metros até o topo. A cabine envidraçada gira para que todos consigam observar os 360º da vista.

Há infraestrutura suficiente para gastar algumas horas por lá: tem café com wi-fi, lojinha, placas descritivas de flora e fauna locais, caminhos sinalizados. Para qualquer lado que se vá, vê-se o mar com seus diferentes tons de azul e verde, a cidade e suas árvores, as montanhas com grandes áreas de rocha descoberta.

Dias ensolarados são uma oportunidade para fazer um piquenique. O café Table Mountain, por exemplo, monta cestas para os visitantes, mediante reserva —alguns hotéis na Cidade do Cabo também oferecem o serviço.

A cerca de uma hora de carro dali fica a Boulders Beach, praia conhecida por abrigar uma colônia de pinguins. O primeiro casal chegou em 1982, arrastado pela correnteza. A água gelada, cheia de peixes, revelou-se um ambiente bom para eles se instalarem, mesmo distantes da neve.

Hoje, a praia de água muito verde é cheia de pequenos pinguins, que ficam imóveis, de olhos fechados, tomando sol a poucos centímetros dos humanos. Não se chega, porém, à areia —há uma cerca para que os visitantes observem a praia sem invadi-la. 

Se houver tempo entre Table Mountain e Boulders Beach, dá para fazer uma pausa em Hout Bay, onde há um passeio de barco até o que se chama de “ilha das focas”. Não vale o investimento: a tal ilha é uma rocha na qual os bichos ficam deitados. O barco vai até lá, fica um minuto e volta. 

Sem pagar nada, é possível ver os bichos tomando sol na baía mesmo e, ainda, dar uma olhada nas barracas que vendem artesanato —animais entalhados em madeira, esculturas em pedra, bijuterias e tecidos estampados.

As estradas que levam de Hout Bay ao cabo da Boa Esperança, ponto final do passeio, são tão bonitas que a viagem voa. Na Chapman’s Peak Drive pessoas caminham, pedalam e param em mirantes para ver mar e montanhas.

No caminho para o cabo, vê-se água dos dois lados da estrada. A vegetação, rasteira, tem diferentes tons de verde, marrom, amarelo, com flores coloridas e brancas —há aglomerados de margaridas formando buquês que, de tão grandes, parecem pedras.

Perto do cabo, começam as frequentes placas de aviso aos visitantes segundo as quais  “babuínos são animais selvagens e perigosos”. Então, portas de carros devem ser fechadas e a tentação de lhes dar um lanchinho, evitada. 

Chegando ao estacionamento do cabo, cuja entrada é paga, os babuínos finalmente dão as caras: gigantes, andam entre os carros, deitam em seus tetos, devoram salgadinhos e qualquer outra comida que os humanos deixam dando sopa por lá.

A equipe do restaurante local, com vista para o mar, é treinada para espantar os macacos que aparecem com arminhas de água —há também passarinhos bicando os pratos de quem se senta no terraço.

Uma subida dá acesso ao cabo, por teleférico ou a pé. Lá, há um farol em frente ao qual o oceano Índico encontra o Atlântico, em águas de um azul bem escuro. 

Não é bem o ponto mais ao sul da África, diz a guia: anos depois de os portugueses cruzarem o cabo da Boa Esperança foi descoberto um lugar um pouco mais próximo da Antártida. Mas é um detalhe —e não muda a sensação de poder andar até a ponta do continente que se vê no mapa.

Pacotes

US$ 709 (R$ 2.736) 
===== 5 noites, na New Age (newage.tur.br) 
Entre Joanesburgo, White River (na região do Kruger) e Cidade do Cabo, com café da manhã. Inclui safári, visita ao Cânion do rio Blyde, traslados e seguro-viagem. Preço por pessoa. Não inclui passagens aéreas 

US$ 761 (R$ 2.937) 
====== 6 noites, na RCA (rcaturismo.com.br) 
Entre Joanesburgo, parque Kruger e Cidade do Cabo, com café da manhã e duas refeições no Kruger. Inclui traslados com assistência em espanhol, safári e guia. Preço por pessoa. Sem passagens aéreas ​

R$ 3.298 
====== 6 noites, na cvc (cvc.com.br) 
Entre Joanesburgo, parque Kruger e Cidade do Cabo, com café da manhã nas cidades e meia pensão no parque. Inclui traslado, passeio panorâmico em Pretória, safári e visita ao cânion do rio Blyde. Valor por pessoa. Não inclui passagens aéreas

R$ 4.016 
======== 8 noites, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br) 
Entre Joanesburgo e o parque Kruger, com café da manhã no primeiro destino. Preço por pessoa. Inclui passagens aéreas a partir de São Paulo

US$ 1.159 (R$ 4.473) 
====== 6 noites, na Free Way (freeway.tur.br) 
Entre Joanesburgo, Cidade do Cabo e o parque Pilanesberg, com café da manhã nas duas cidades e pensão completa no parque. Inclui traslados, safáris e seguro-viagem. Preço por pessoa. Não inclui passagens aéreas

US$ 4.338 (R$ 16.744) 
====== 7 noites, na Kangaroo Tours (kangaroo.com.br) 
Três noites no hotel Tau Game Lodge, na reserva Madikwe, com pensão completa e safáris, e quatro noites no One & Only em Cidade do Cabo, com café da manhã. Inclui traslados pela Kobo Safaris. Preço por pessoa, com passagem aérea da South 
African Airways

Fonte: Folha de S.Paulo