Com direito a mapa e guia, livro convida pais e filhos a explorarem o centro de SP

Há alguns anos, quando voltava da escola a pé com a filha, a arquiteta e urbanista Sabrina Fontenele usava um truque para distrair a menina. Convidava Lina, hoje com 14, para contar as raízes de árvores que quebravam as calçadas, ver água que aflorava pelo caminho, observar o portão de ferro pintado de azul ou as telhas de uma casa e sua fachada colorida. Os seis quarteirões passavam rapidinho.

Com isso, Fontenele também ensinava a menina a explorar de forma mais atenta uma região que passaria batido pela caminhada diária de seis quarteirões.

Anos depois, a experiência com a filha e a vontade de fazer com que as pessoas se encantem pela cidade gerou o livro “O Jacaré Fujão no Triângulo” (Acácia Cultural). Nele, Sabrina conta a aventura de um réptil que circula pelo Triângulo, um recorte do centro de São Paulo onde estão localizados os principais prédios históricos da cidade, como o Largo São Bento, Pateo do Collegio e Largo São Francisco.

O Jacaré Fujão conta com a ajuda de um gato e uma pomba para descobrir a região, e ao longo da história, cita sons, cheiros, cores e luzes que encontram por ali, provavelmente ignorados pelas mais de 600 mil pessoas que circulam diariamente pela região, segundo dados da Prefeitura de São Paulo.

No final da obra há um mapa que convida o leitor a visitar os espaços citados –todos eles explorados pela autora na época em que fez mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

“O livro é um convite a essas pequenas descobertas urbanas e arquitetônicas, não só do Triângulo onde o Jacaré se perde, mas também dos quarteirões e ruas ao redor de nossas casas, escolas, postos de saúde e parques”, diz a autora.

Com ilustrações de Mariana Zanetti, “O Jacaré Fujão no Triângulo” será lançado neste sábado (11) na Escola da Cidade, em São Paulo, das 10 às 13h, com contação de história aberta ao público.

O projeto foi viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio das Tintas Sherwin-Williams e apoio do Serviço de Interpretação em Libras (Serviir), com realização pela Acácia Cultural e Ministério da Cultura (Governo Federal).

Fonte: Folha de S.Paulo