Conheça o Super Nintendo World, parque temático de Mario Bros na Califórnia

Para quem passou a adolescência pulando em tartarugas e comendo cogumelos na pele de um encanador bigodudo, aterrissar no mundo do Super Mario Bros. é uma viagem no tempo. Um túnel verde dá as boas-vindas para quem chega ao Super Nintendo World, a nova ala que estreou em fevereiro no parque Universal Studios Hollywood, em Los Angeles.

Moedinhas douradas brilham no topo dos cenários, ao lado de cogumelos que caminham mal-encarados e uma planta carnívora gigante. Blocos de “tijolo” pedem para ser esmurrados e ainda fazem aquele barulhinho igual ao do videogame lançado nos anos 1980.

Funcionários do parque de macacão azul recebem os visitantes num castelo de telhado cor-de-rosa da Princesa Peach e num castelo medieval do vilão, a tartaruga bombada Rei Koopa, rebatizada de Bowser. É na cova do inimigo que começa a grande fila para o brinquedo da nova ala, inspirado no game “Mario Kart”, uma das inúmeras versões do jogo original.

Detalhes curiosos distraem ao longo da fila, como os planos maquiavélicos de Bowser para derrotar Mario e seu time na corrida maluca.

Mas se os cenários são um banho de nostalgia delicioso, o brinquedo é quase uma ducha fria de decepção. A Folha visitou a atração antes da abertura oficial, portanto ainda em fase de testes. Esta repórter também já passou dos 40 anos, portanto a mistura de realidade aumentada com efeitos histéricos de luz não cativou como deve cativar gerações mais novas.

Talvez o problema seja a grande expectativa. Depois de muita espera na fila, o visitante recebe uma espécie de viseira vermelha para pôr na cabeça. E depois de mais um tempo, ao chegar ao carrinho, é preciso acoplar os óculos de realidade aumentada na tal viseira.

Com tanta parafernália, o brinquedo tem potencial. Os efeitos, no entanto, são caóticos e parecem não fazer sentido. É como se a simplicidade do jogo original fosse atropelada pelos truques mais mirabolantes dos jogos atuais. O carrinho também tem um volante, embora pouco importem seus dotes de piloto já que corre por um trilho fixo.

De volta ao mundo real do Super Mario Bros., pontuado por cogumelos gigantes, um universo paralelo corre solto numa série de atividades interativas (e com filas bem menores). Mas é preciso desembolsar mais US$ 40 (em cima do preço do ingresso, a partir de US$ 109 ou R$ 560) para comprar uma pulseira que permite brincar nos jogos.

Com a pulseira, cada moedinha capturada ao bater nos blocos, coletada no “Mario Kart” e nas atividades interativas é contabilizada num desafio do aplicativo oficial do parque, numa competição entre todos os frequentadores com pulseiras.

As brincadeiras são para a criançada e variam entre rodar uma manivela até fazer um cogumelo aparecer ou desligar todos os despertadores que tocam ao mesmo tempo. Algumas dão uma “chave” ao jogador: se ele conseguir coletar três, pode avançar para uma última batalha contra a tartaruga do mal, num jogo que (finalmente!) tem mais cara de videogame.

O jogador tem seu corpo projetado numa tela e deve movimentá-lo para desviar de bombas e balas. Se atingido, o corpo diminui, e um cogumelo ajuda a crescer de novo.

Existem ainda muitas outras opções para sair mais empobrecido do Super Nintendo World. A lojinha tem uma infinidade de lembrancinhas divertidas, como uma lancheira em formato de estrela com refil de pipoca gratuito (US$ 40) ou uma garrafinha de água em formato de cogumelo (US$ 20).

O restaurante Toadstool Café vai te fazer enfrentar outra fila. Porém, onde mais você poderá comer “moedinhas douradas” dentro de caixinhas com um ponto de interrogação? O espaço é todo fechado, com “janelas” que exibem cenas do universo de Mario Bros. O menu traz saladas, macarrão e hambúrguer, todos com alguma alusão ao universo do game.

De sobremesa, o bolo Monte Beanpole traz uma cobertura verde de matchá e uma bandeirinha vermelha fincada no topo. É uma ótima maneira de finalizar o passeio e ir atrás de outras aventuras no parque, assim como fazia o Mario, que tinha que pular até a bandeirinha para conseguir mudar de fase.

Fonte: Folha de S.Paulo