Córdoba reúne patrimônios do tempo em que os árabes dominaram a Espanha

O sul da Espanha já foi o centro do mundo islâmico no Ocidente, e Córdoba era a capital. A cidade que hoje tem 320 mil habitantes foi sede de um califado na Idade Média, quando os mouros conquistaram a Península Ibérica.

Os sinais de 500 anos de dominação árabe (do século 8 ao 13) continuam nas vielas, templos e palácios que dão a Córdoba uma pequena coleção de patrimônios da humanidade.

São quatro: a Mesquita-Catedral, o conjunto arquitetônico do centro histórico, as ruínas de Medina Azahara, complexo erguido para ser a casa do califa e de sua corte, e a Fiesta de los Patios, patrimônio cultural imaterial.

A Mesquita-Catedral, principal deles, virou lugar de peregrinação de turistas (quase 2 milhões em 2018) e é o ponto de partida para entender sobre a disputa de poder político e religioso na região conhecida como Andaluzia.

O templo muçulmano começou a ser erguido no fim do século 8 sobre uma basílica visigoda, de São Vicente. Depois de ampliações, o espaço foi reconquistado por cristãos em 1236 e ganhou capelas, nave gótica, campanário e o título de catedral de Córdoba. 

Apesar de manter mesquita no nome, muçulmanos não têm permissão para rezar no local. Em 2006, a Junta Islâmica da Espanha pediu ao papa Bento 16 para usar a área, mas a solicitação foi negada.

Com 23 mil metros quadrados (quase três campos do Maracanã), o templo ocupa um quarteirão, na entrada do centro histórico e às margens do rio Guadalquivir. Está aberto à visitação todos os dias, de segunda a sábado das 10h às 19h e no domingo das 8h30 às 19h, com pausa entre 11h30 e 15h.

Há fila para comprar o ingresso de € 10 (R$ 42) e fila para entrar no monumento, mas as duas andam rápido.

Lá dentro, o visitante encontra um labirinto de colunas, reaproveitadas de construções romanas e visigodas. Os pilares sustentam arcos listrados de branco e terracota. 

Parte da basílica de São Vicente ainda está lá, no subsolo, e pode ser vista através de um vidro. Nas laterais, capelas de santos católicos se alternam com símbolos muçulmanos. No meio de tudo isso fica o cruzeiro da catedral, em estilos gótico e renascentista. 

A salada arquitetônica é explicada no audioguia, que custa € 4 (R$ 17) e vem com um mapinha. É melhor pagar. Dentro do templo, faltam painéis de informações. 

Do lado de fora, mais sincretismo. Nos fundos da mesquita, sobre o rio Guadalquivir (palavra que vem do árabe “al-wadi al-Kabir”, ou rio grande), há uma ponte romana construída no século 1º a.C.

Ainda na margem do rio, fica o Alcázar de los Reyes Cristianos, palácio que, assim como a mesquita, nasceu muçulmano e virou cristão. O monumento, com salões, jardins e fortaleza, pode ser visitado por € 5 (R$ 21), de terça a domingo, das 8h45 às 15h15.

O roteiro histórico-religioso continua na Judería, bairro de judeus no entorno da catedral, dentro da área considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco.

A região era separada por uma muralha, que isolava e protegia os judeus durante a Idade Média. Hoje, a sequência de ruazinhas estreitas e sem árvores é tomada por restaurantes e lojas de lembrancinhas com temas árabes.

Vez ou outra surge um pátio cheio de plantas, uma tradição de Córdoba que deu origem à Fiesta de los Patios, concurso anual para escolher o ambiente mais bonito. Muitos estão em áreas privadas, mas alguns podem ser visitados o ano todo, como o do Zoco Municipal de Artesanía (mercado de artesanato) e o da Asociación de los Amigos de los Patios Cordobeses, ambos na Judería.

Esses jardins verticais funcionam como oásis que ajudam a amenizar o calor. Na última primavera, em maio, os termômetros marcavam mais de 30ºC às 16h; no auge do verão, ultrapassam os 35ºC. 

Outro bom lugar para fugir do sol e terminar o dia é às margens do Guadalquivir. No paseo de la Ribera há restaurantes de tapas com mesas na rua, sorveterias e árvores. 

COMO CHEGAR
A partir de Madri, são 390 km ou quatro horas de carro pela rodovia A-4. Há trens diretos, que partem da estação Puerta de Atocha. O trajeto dura em média uma hora e 45 minutos, e a passagem custa cerca de € 50 (R$ 213). Bilhetes no site da Renfe (renfe.com)
 


Pacotes

US$ 540 (R$ 2.030)
4 noites em Sevilha e Granada, na RCA (rcaturismo.com.br)
Duas noites em Sevilha e duas em Granada. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios pelas cidades e seguro-viagem. Sem passagem aérea

US$ 1.102 (R$ 4.143)
6 noites em Madri, Sevilha e Granada, na Maringá Lazer (maringalazer.com.br)
Três noites em Madri, duas em Sevilha e uma em Granada. Partida em 15 de outubro. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui seguro-viagem e traslados. Sem passagem aérea

US$ 1.102 (R$ 4.143)
6 noites em Madri, Sevilha e Granada, na Venice Turismo (veniceturismo.com.br)
Três noites em Madri, duas em Sevilha e uma em Granada. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui city tour e traslados. Sem passagem aérea

R$ 4.575
6 noites em Sevilha, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br)
Hospedagem em quarto duplo, sem café da manhã. Inclui passagens aérea a partir de Guarulhos (SP)

R$ 4.801
9 noites em Madri, Barcelona, Sevilha, Granada e Valência, na CVC (cvc.com.br)
Três noites em Madri, duas em Barcelona, duas em Sevilha, uma em Granada e uma em Valência. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios panorâmicos com guia em português. Sem passagem aérea

R$ 7.460
9 noites em Barcelona, Valência, Granada, Sevilha e  Lisboa, na Abreu (abreutur.com.br)
Três noites em Barcelona, uma em Valência, uma em Granda, duas em Sevilha e duas em Lisboa. Partida em 7 de novembro. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios pelas cidades e traslados. Sem aéreo

€ 2.810 (R$ 11,9 mil)
9 noites em Barcelona, Madri, Sevilha e Granada, na Interpoint (interpoint.com.br)
Três noites em Barcelona, três em Madri, duas em Sevilha e uma em Granada. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui quatro dias de locação de carro. Sem passagem aérea

Fonte: Folha de S.Paulo