Cruzeiro da Disney tem personagens por todo lado e até área para quem vai sem crianças

Cruzar a passagem que separa o porto do interior do navio de um cruzeiro da Disney é como se despedir da realidade. Não é difícil dar adeus ao cotidiano quando a própria Cinderela, ao lado do Príncipe Encantado, lhe dá as boas-vindas do alto de seu balcão. Das caixas de som, ecoa uma voz que recepciona os passageiros com frases como “Welcome, ‘fulano’ and family”.

É assim que os turistas chegam ao Disney Wish —quinto e mais novo navio da frota Disney Cruise Line—, que fez sua primeira viagem oficial em 14 de julho e desde então realiza cruzeiros de três e quatro noites, com paradas nas Bahamas. O embarque é feito no porto Canaveral, a cerca de uma hora da Disney World, na Flórida.

O pacote básico para duas pessoas, de três noites, custa a partir de US$ 1.744 (cerca de R$ 9.402), e está disponível via operadoras de turismo. O valor inclui refeições, bebidas não alcoólicas e acesso a boa parte da programação. No entanto, serviços de spa, refeições nos restaurantes exclusivos para adultos, bebidas alcoólicas e acesso a internet são algumas das coisas que devem ser pagas separadamente.

Com 12 andares, o navio tem capacidade para acomodar 4.000 passageiros, além de seus 1.555 tripulantes —sim, a embarcação é enorme e não economiza nos detalhes para entreter.

A proposta é promover uma imersão no universo Disney, que inclui Pixar, Marvele Star Wars. Dá para brincar de ser mercenário em missão intergaláctica enquanto se toma um drinque no Hyperspace Lounge, inspirado em Star Wars.

Ou participar do jantar de noivado de Anna e Kristoff no Arendelle, restaurante baseado em Frozen. Nem pense em tentar escapar da brincadeira: os corredores tocam sem parar as trilhas dos filmes. Também não é difícil esbarrar em Mickey, Pateta, Donald e Minnie.

Mas nem tudo precisa ser feito em família. Crianças e adolescentes podem passar o tempo em salas especiais, divididas de acordo com a faixa etária, com atividades e monitores. Os pequenos de até 12 anos brincam no Oceaneer Club, enquanto os mais velhos se dividem entre o Edge (11 a 14 anos) e o Vibe (14 a 17).

Já mães, pais e demais adultos em passeio sem crianças encontram sossego em ambientes como a Quiet Cove (Enseada Tranquila, em tradução livre), com trilha diferente e drinques na beira da piscina de borda infinita.

Também é possível participar de degustações de uísque, ir ao spa e comer em restaurante exclusivo para gente grande, como o italiano Palo Steakhouse e o Enchanté, que leva a assinatura do estrelado chef francês Arnaud Lallement.

Nas outras casas, inclusas no pacote, dá para comer à vontade. No 12º andar, a escolha fica entre o Marceline Market, com estações de comidas variadas no café e no almoço, e os balcões da turma do Mickey, mais próximos da piscina, com oferta de sorvete de casquinha, hambúrgueres, massa e tacos.

Os restaurantes principais ficam reservados para a noite. Além do Arendelle, também há o Worlds of Marvel —que promove um jantar com participação do Homem-Formiga e da Mulher Vespa— e o 1923, inspirado em Walt Disney.

Apesar das distrações dos shows, é possível, sim, comer bem em cada um deles.

As noites guardam ainda atividades em clubes e festas no deque, caso da Pirate’s Rockin’ Parlay Party, com show de fogos de artifício em alto-mar. O roteiro do Wish é o mesmo dos outros cruzeiros da marca, com paradas nas Bahamas, em Nassau e na Castaway Cay. Não é obrigatório descer —há quem prefira ficar na embarcação para aproveitá-la com mais tranquilidade.

De propriedade da Disney, a Castaway Cay é uma ilha com praias de areia fofa e águas mornas. Uma passarela com lojinhas e a decoração temática fazem do espaço uma extensão do cruzeiro em terra firme.

Os mais animados também podem fazer passeios, pagos à parte, como andar de jet ski ou fazer sessões de mergulho —e, com sorte, esbarrar em surpresas submersas, como uma estátua do príncipe Eric, de “A Pequena Sereia”.

Difícil mesmo é enfrentar as filas do aeroporto com seus trâmites burocráticos na viagem de volta à realidade.

Fonte: Folha de S.Paulo

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