Florianópolis terá selo de local seguro em restaurantes para o verão

Quem planeja viajar para Florianópolis durante as festas de fim de ano nesta temporada e não está com o esquema vacinal completo pode acabar ficando excluído daquele show esperado, ou até mesmo ter que fazer lanchinho do lado de fora do restaurante.

Após uma temporada com hotéis vazios e sem guarda-sóis na areia das suas mais de cem praias, a capital de Santa Catarina se prepara para uma temporada diferente, mas com expectativa de lotação máxima.

O passaporte vacinal é uma das exigências para eventos com mais de 500 pessoas. Para os demais estabelecimentos, foi facultada a adesão ao selo “local seguro”, onde poderá haver as mesmas exigências, como cobrança do passaporte vacinal. Para adolescentes de 12 a 17 anos será cobrada ao menos a primeira dose do imunizante.

“No ano passado, mesmo que não tivéssemos tido todas as restrições que tivemos, não havia clima. Agora, com a vacinação encaminhada e com as amostras que tivemos nos últimos feriadões, as expectativas são as melhores possíveis”, disse o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Estanislau Bresolin.

As praias seguem sendo os destinos mais procurados pelos turistas. “A expectativa é de que a lotação nos hotéis e pousadas no auge da temporada, entre dezembro e final de janeiro, atinja a média de 95%”, antecipou Bresolin.

Os argentinos, público garantido em praias como Canasvieiras e Ingleses, no norte da ilha, ainda devem vir em menor número que em outras temporadas.

Pelo menos três companhias aéreas, Gol e Flybondi, em dezembro, com a Aerolínineas a partir de janeiro, farão o trecho Buenos Aires-Florianópolis pelo menos duas vezes por semana na alta temporada.

Regiões da cidade como o Campeche, no sul da ilha, onde o setor imobiliário se desenvolve a pleno vapor, a cada temporada tem sido mais procurado.

A região ainda mantém muitas áreas preservadas, como as trilhas da Lagoinha do Leste e do Saquinho, bastante frequentadas por moradores locais. O lugar faz um contraponto às badaladas praias do da região norte, historicamente as mais procuradas.

E já há quem pense no Carnaval, como no Costão do Santinho, luxuoso resort no norte da Ilha de Santa Catarina. A direção do resort informou que as reservas para as festas de fim de ano estão praticamente esgotadas.

“Assim como em outros anos, a busca pelos pacotes de carnaval já é alta. Fecharemos o ano de 2021 como uma temporada recorde, consolidando com chave de ouro as nossas celebrações de 30 anos no mercado hoteleiro”, informou a direção do Costão.

O espaço, que tem acesso exclusivo para a praia do Santinho, passou por reformas que buscam atrair público não apenas no verão, mas também fora da temporada.

A Prefeitura de Florianópolis anunciou que não vai realizar o tradicional evento de fim de ano na avenida Beira-Mar Norte, para evitar aglomerações com shows e apresentações, como nos outros anos, e que apenas promoverá queima de fogos.

No que diz respeito às máscaras, o uso delas se torna opcional nos ambientes abertos em que há possibilidade de manter distanciamento. Nos ambientes fechados ou naqueles em que não é possível manter distanciamento, o uso continua obrigatório.

O governador Carlos Moisés (sem partido) assinou em 24 de novembro o decreto que permite a realização de todos os tipos de eventos, inclusive esportivos, e flexibilizou as regras para o uso de máscaras no estado.

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, 81,13% da população em Florianópolis está com esquema vacinal completo. Mesmo assim, 80% dos leitos destinados para pacientes Covid na Grande Florianópolis seguiam ocupados na primeira quinzena de novembro.

A epidemiologista e professora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Alexandra Boing, avalia que as ações de retomada das atividades, sobretudo durante a temporada de verão, devem ser adotadas com o máximo de cautela e alerta para medidas que possam causar uma “falsa sensação de segurança”.

“Apesar do avanço da vacinação, ainda não atingimos a taxa ideal. Os anúncios de diversos estados para a flexibilização de medidas como a não obrigatoriedade de máscara em alguns ambientes é preocupante“, diz a especialista.

“Assim como também é preocupante a exigência do passaporte somente para eventos com mais de 500 pessoas. Isso pode fazer com que os pequenos ambientes se tornem verdadeiros laboratórios para disseminação do vírus.”

Alexandra diz que, apesar de haver um decreto estadual que estabelece que os ambientes sejam ventilados, como no caso dos restaurantes, não há especificações técnicas para assegurar “nem se a ventilação é adequada ou se aquele local utiliza filtros próprios no ar condicionado para conter o vírus”, emenda.

À reportagem, Estanislau Bresolin admite que não há, nos setores hoteleiro e dos bares e restaurantes, uma predisposição para adotar o selo de “local seguro”. Segundo ele, por acharem que isso “limita a frequência de público nos lugares, e isso eles não querem”.


Serviço

ILHA DO CAMPECHE – PRAIA DO CAMPECHE

A ilha é cercada por águas transparentes com opções de trilhas guiadas até os sítios arqueológicos, um dos mais valiosos registros da presença humana no litoral sul brasileiro. A “Máscara Gêmea”, por exemplo, que fica ao final da trilha do Letreiro, é um tipo de inscrição na pedra que foi tida como única no mundo. O acesso à ilha é de barco, com opções de saída das praias da Barra da Lagoa, Campeche e Armação.

Ingresso: barco + almoço + trilhas, com valor que varia entre R$ 110 e R$ 250

www.portal.iphan.gov.br/sc/pagina/detalhes/670

WALKING TOUR – GUIA MANEZINHO

Vencedor do prêmio nacional de turismo e com dez roteiros únicos para conhecer as belezas e a história cultural de Florianópolis, o Guia Manezinho realiza a cada fim de semana uma aventura diferente. Os passeios vão além dos guias de turismo tradicionais. Imerso na cultura e na história local, um dos roteiros mais procurados é 100 anos de História –Do Centro à Ponte, que mostra as mudanças da cidade no século passado.

Sábados e domingos. Ingresso: contribuição voluntária

instagram.com/guiamanezinho

Fonte: Folha de S.Paulo