Museus invadem universo online e disponibilizam passeios virtuais gratuitamente

São Paulo

As grandes galerias e museus ao redor do mundo tiveram que fechar as portas por tempo indeterminado por causa da pandemia do novo coronavírus. O Dia Internacional dos Museus, celebrado nesta segunda, 18 de maio, terá um significado diferente neste ano.

A expectativa de muitos visitantes em apreciar a obra de um mestre das artes, como dos brasileiros Candido Portinari e Di Cavalcanti, ou dos europeus Pierre-Auguste Renoir, Claude Monet, Vincent van Gogh e Pablo Picasso, teve que ser adiada. Mas, graças às novas tecnologias, as pessoas ganharam a oportunidade de matar a curiosidade —ou a saudade— virtualmente.

Algumas instituições disponibilizaram grande parte de seu acervo para uma experiência interativa pela tela do computador ou do celular. De maneira gratuita, livre e sem filas, a plataforma Google Arts & Culture permite ao visitante passear virtualmente pelos corredores de museus nacionais como o Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), Pinacoteca e Museu da Imigração, em São Paulo, ou internacionais como o MoMA (Museum of Modern Art), em Nova York, Estados Unidos, e a National Gallery, em Londres, Reino Unido e muitos outros ao redor do globo.

“No momento complexo como o atual, é essencial que os museus continuem se comunicando com seu público e com outras pessoas. Se não é possível manter a visita presencial por enquanto, a virtual tem sido uma ótima escolha até o fim da pandemia”, diz Tomás Toledo, curador-chefe do Masp.

Durante um período tão conturbado, manter-se conectado à cultura e à arte é uma ótima forma de aproveitar o tempo em casa. No museu localizado na avenida Paulista, as pessoas poderão se deleitar com clássicos como “Rosa e Azul” e “Menina com as Espigas”, do francês Renoir, “Retirantes”, do paulista Candido Portinari, e “O Escolar”, do holandês Van Gogh.

A experiência de caminhar virtualmente pelo museu é um misto de sensações. É complicado reproduzir o sentimento de ver uma obra física, mas os locais tentam aproximar a experiência ao real. “O campo digital se mostra bastante importante, pois o museu não é apenas um local para a pessoa observar de forma passiva, mas é um lugar de produção de pensamentos onde as ideias são propagadas. Criamos novos conteúdos para plataformas online. É um momento para as pessoas terem um acesso mais incrementado”, afirma Toledo.

Por meio de setinhas no chão, o usuário poderá escolher lugares específicos dentro de cada museu, ler especificações das obras e observar cada detalhe pelas imagens em alta resolução.

MUSEU DO IPIRANGA

Iniciada na segunda (11), a #MuseumWeek (confira no site www.museum-week.org), ação mundial promovida pelas instituições culturais nas mídias sociais e que escolhe uma temática por dia, será realizada até domingo (17 ) e conta com um convidado ilustre: o Museu do Ipiranga.

Fechado para reforma desde 2013, o museu paulistano participa da ação e ainda transmitirá uma live na segunda (18) —Dia Internacional dos Museus— sobre o plano digital da instituição e a parceria com a plataforma Wikipédia, considerada uma ação pioneira no meio cultural. A transmissão acontece às 15h, pelas redes sociais do Museu no Facebook e Instagram.

Concebido originalmente como um monumento à Independência, o edifício no Ipiranga se tornou, em 1895, a sede do Museu do Estado. Hoje, é o museu público mais antigo de São Paulo e deve reabrir as portas em 2022.

Fonte: Folha de S.Paulo