Patagônia Chilena tem paisagens geladas e verdes na Ruta de Los Parques

Os viajantes que passarem pela Patagônia Verde chilena agora podem levar para casa um charmoso souvenir na mala: um carimbo no novo “Pasaporte de la Ruta de Los Parques”. Nele, fica registrada a entrada em cada um dos 17 parques desta região, preservada e com amplas belezas naturais.

O Parque Nacional Pulmalin Douglas Thompkins pode ser a porta de entrada do viajante nesta região do sul do Chile. Declarado Santuário da Natureza pelo governo do país, é um parque que surgiu a partir do desejo do milionário empresário estadounidense Douglas Thompkins.

Apaixonado pela natureza, o fundador da marca de roupas “The North Face” foi adquirindo as terras durante os anos 1990 com o único objetivo de preservá-las. Após a morte de Tompkins, em 2015, os mais de 400 mil hectares do parque foram doados ao governo chileno.

É uma herança que manteve vivas paisagens intocadas, e onde se encontram espécies endêmicas (presentes somente na região), rios, cachoeiras e lagos cristalinos. Lá também dá para ver vulcões, como os Michimahuida e o Chaitén, cuja última erupção, em 2008, ainda deixa alguns rastros de cinzas pelas trilhas do parque.

Além do Pulmalin, o turista explora ainda diferentes paisagens no vasto território localizado entre os Andes e a fronteira com a Argentina até o oceano Pacífico. A região compreende as províncias de Chaitén, Futaleufú e Palena —denominada “Los Lagos”, com todas propícias ao ecoturismo. Dá para praticar canoagem, montanhismo, cicloturismo, observação de flora e fauna, além de fazer trilhas e acampar.

Para os mais aventureiros, uma boa opção é o rafting pelo rio Futaleufú, reconhecido mundialmente com um dos melhores e mais desafiadores rios para praticar o esporte pelas suas corredeiras de nível 4 e 5.

É um tipo de aventura, entretanto, que só é possível durante a primavera e verão —de outubro a março. No inverno, o viajante pode se surpreender com as belas paisagens cobertas de neve.

O avião é o principal meio para chegar à Patagônia Verde. Parte-se de Santiago em um voo de 2h30 até a cidade de Puerto Montt. Para quem tem mais tempo para viajar, é possível fazer a viagem de ônibus e seguir em um trajeto bimodal, combinando cicloturismo ou ônibus com trechos de barco.

Outra opção é viajar de carro pela lendária Carretera Austral, que cruza 2.800 km passando por todos os parques patagônicos. Experiências que podem se revelar mais demoradas, mas também mais enriquecedoras para quem quer desacelerar. Como dizem os locais, “na Patagônia, quem tem pressa perde tempo”.

Os habitantes, aliás, são hospitaleiros, e o turista pode aproveitar para provar o famoso cordeiro patagônico ou o curanto, prato originário da Ilha de Chiloé, que consiste em mariscos, carnes e vegetais cozidos no vapor e cobertos por folhas típicas da Patagônia. Dica: a experiência só é completa provando o caldo do prato, forte e muito saboroso.

A entrada no Parque Pulmalin Douglas Tompkins é gratuita. São oferecidas áreas para camping e também há cabanas para aluguel, bem como estrutura com restaurante. É recomendável consultar guias da região e se informar antecipadamente sobre hospedagem e as rotas e horários das viagens, pois, conforme o clima, tudo isso pode sofrer alterações.

Serviço

Para saber mais sobre o passaporte, consulte www.pasaporte.rutadelosparques.org/. Sobre os parques da Patagônia Chilena, www.rutadelosparques.org/. E, para saber mais sobre a região, www.patagoniaverde.org/.

Fonte: Folha de S.Paulo