Quer voar de executiva sem gastar uma fortuna? Buenos Aires é opção

Viajar para fora do país é sempre assim: você entra no avião e, para chegar ao seu assento no aperto da classe econômica, é preciso atravessar os corredores da classe executiva, só observando o luxo, o conforto e os mimos oferecidos a quem topa pagar entre o dobro e o triplo do preço de um bilhete comum para chegar mais descansado ao seu destino.

Mas se você quer ter o gostinho de voar na “exec” sem necessariamente desembolsar dezenas de milhares de reais, saiba que isso é possível. Na América do Sul, a rota São Paulo-Buenos Aires é a que mais se beneficia de uma regra que permite voar na classe executiva por um preço mais acessível do que a tarifa normal para essa classe.

O principal diferencial das classes executivas é o assento, que reclina 180º até virar uma cama. Mas não só. Toda a experiência remete à hotelaria de luxo, com amenidades de grifes internacionais, refeições em várias etapas com pratos refinados servidos em louças finas, além de uma imensa variedade de bebidas alcoólicas à vontade —champanhe, inclusive. Além disso, passageiros da classe executiva sempre têm acesso a alguma sala VIP no aeroporto de embarque.

Para aproveitar todo esse conforto em voos internacionais de longo alcance, é preciso desembolsar entre R$ 12 mil e R$ 40 mil para ida e volta, a depender do destino e da época do ano.

Já entre São Paulo e Buenos Aires, também ida e volta, é possível encontrar passagens em classe executiva a partir de R$ 4.500 —o que equivale ao triplo do preço da classe econômica, mas ainda é bastante vantajoso para quem faz questão da experiência ou quer celebrar uma ocasião especial em alto estilo.

Para quem acumula milhas no cartão de crédito, também é possível emitir essas passagens através dos programas de fidelidade de companhias brasileiras, como o Smiles (da Gol) e o TudoAzul (da Azul). Com promoções que acontecem pontualmente, o resgate fica ainda mais vantajoso —afinal, por uma quantidade de pontos não muito maior, você consegue resgatar um serviço que, se pago em dinheiro, sairia uma fortuna.

Atualmente, além das nacionais Latam, Gol, Aerolíneas Argentinas e Flybondy (que só oferecem classe econômica), também operam no trecho São Paulo-Buenos Aires as estrangeiras Air Canada, Ethiopian Airlines, Turkish Airlines, Swiss e British Airways —todas com aeronaves de longo alcance, com assentos de classe executiva e até de primeira classe.

A partir do Galeão, no Rio de Janeiro, a Emirates também dá uma esticadinha até a capital argentina no seu voo proveniente de Dubai. Os voos de retorno sempre acontecem no mesmo dia ou no dia seguinte à partida do Brasil.

Veja as companhias estrangeiras que oferecem classe executiva entre Brasil e Buenos Aires:

Air Canada (com voos vindos de Toronto e Montreal, no Canadá)
Aeronave: Boeing 777 ou 787 Dreamliner
Frequência: 6 voos por semana (exceto quintas) até 19/3; depois, 4 voos por semana (às segundas, quartas, quintas e sábado).
Diferencial: o serviço de bordo da Air Canada é tido como superior ao da maioria das companhias, em linha com os melhores do mercado. As poltronas executivas são individuais, dispostas no formato 1-2-1, com acesso ao corredor a todos os passageiros. No caso do seu voo ser operado em um 787 Dreamliner, você ainda estará voando em um dos aviões mais modernos da atualidade.

Ethiopian Airlines (com voos vindos de Addis Ababa, na Etiópia)
Aeronave: Boeing 787 Dreamliner
Frequência: voos diários até 22/10; depois, 5 voos por semana (exceto terça e domingo)
Diferencial: A classe executiva da Ethiopian não é das mais luxuosas, mas a gentileza do serviço etíope costuma ser um ponto positivo para quem voa com a companhia. O farto cardápio inclui champanhe à vontade e comidas típicas do país.

Turkish Airlines (com voos vindos de Istambul, na Turquia)
Aeronave: Airbus A350
Frequência: 4 voos por semana (às terças, quintas, sextas e domingos) até 10/9; depois, voos diários
Diferencial: Os clientes da classe executiva da Turkish recebem amenidades da Bentley, pantufas para usar durante o voo, além de acesso grátis ao wi-fi do avião e a um minibar com snacks, frutas e chocolates à vontade. Neste ano, a Turkish anunciou que planeja retomar o seu voo de Istambul para o Rio de Janeiro, alimentando rumores de uma possível extensão deste voo até Santiago —uma rota já operada no passado pela Qatar Airways.

Swiss (com voos vindos de Zurique, na Suiça)
Aeronave: Boeing 777
Frequência: 2 voos por semana, às quartas e sábados)
Diferencial: A Swiss é famosa por ter um dos assentos de classe executiva mais espaçosos do mercado e de um serviço de bordo impecável. Além disso, ela é a única que, além da executiva, oferece também primeira classe —que dá ainda mais privacidade ao passageiro e conta com um cardápio ainda mais requintado.

British Airways (com voos vindos de Londres, no Reino Unido)
Aeronave: Airbus A350-1000
Frequência: 3 voos por semana, às segundas, quintas e sábados, até 25/3
Diferencial: Voar neste trecho com a British é uma ótima oportunidade de experienciar o A350-1000, a mais nova aeronave da família Airbus, que incorpora o que há de mais moderno na aviação comercial: dos confortáveis assentos sem vizinhos, com acesso direto ao corredor, até as janelas elétricas que são bem maiores que as convencionais.

Emirates (com voos vindos de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para o Rio de Janeiro)
Aeronave: Boeing 777
Frequência: 4 voos por semana, às segundas, quartas, sextas e domingos, sempre partindo do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão
Diferencial: até mesmo na classe econômica, o conforto e o serviço de bordo da Emirates estão entre os melhores do mundo. Na executiva, que já foi eleita a melhor do mundo, os passageiros são chamados pelo nome, recebem toalhas quentes e champanhe logo após o embarque e provam um farto menu com uma carta de vinhos importados de diversas regiões do planeta. Os voos das companhias estrangeiras para Buenos Aires são sempre bate-volta. Ou seja: o voo de retorno é sempre no mesmo dia ou, dependendo do horário, no dia seguinte à partida do Brasil.

Fonte: Folha de S.Paulo