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São Paulo ganha voos diretos para o Cairo, no Egito, a partir de setembro

A partir de 4 de setembro, o Brasil terá uma nova e inédita ligação aérea direta com o Egito. Fretados pela Masterflights, uma consolidadora aérea espanhola, os voos sem escalas entre São Paulo e o Cairo serão operados quinzenalmente pela EgyptAir, a companhia aérea estatal do Egito, e começaram a ser vendidos nesta sexta-feira (12).

Atualmente, a viagem entre São Paulo e o Cairo exige pelo menos uma conexão na Europa, no Oriente Médio ou em Istambul, na Turquia – levando o tempo total de viagem para pelo menos 17h. O novo voo direto deve durar pouco mais de 12h, e será operado pelo Boeing 787-900 Dreamliner, o avião mais moderno da fabricante americana, com capacidade para 300 passageiros (279 na econômica e 21 na executiva).

Já aprovados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os voos estão programados para partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos sempre às segundas-feiras, às 4h da madrugada, chegando ao Cairo às 16h35. Já os voos de retorno partem da capital egípcia aos sábados, às 18h, e chegam em Guarulhos às 7h20 do dia seguinte. Os horários representam a hora local das cidades.

Como inicialmente os voos serão quinzenais, quem quiser ir e voltar ao Egito sem escalas precisará, necessariamente, permanecer por 12 noites no destino —essa será a proposta dos pacotes oferecidos pelas agências de viagens que comercializam o voo. Quem preferir pode comprar apenas os voos, sem hospedagens e passeios, mas com as mesmas restrições de datas.

A partir de janeiro, caso a demanda se confirme, os voos passarão a ser semanais, permitindo aos passageiros fazer uma viagem menor, de cinco dias, indo e voltando do país africano na mesma semana.

Para 2024, existem planos de adicionar mais uma frequência semanal à rota e até de estender uma delas até Buenos Aires, reforçando as opções dos passageiros na rota entre São Paulo e a capital argentina —que, além das companhias nacionais dos dois países, também é operada por outras cinco estrangeiras, que são uma boa alternativa para viajar de executiva sem gastar uma fortuna.

A conexão do Brasil com o Egito sem escalas já vinha sendo negociada pela Embratur com as autoridades egípcias e a EgyptAir pelo menos desde o ano passado. Mas, segundo o CEO da MasterFlights, Alfonso Martinez, um conjunto de fatores que inclui a ausência de acordos bilaterais entre os países, riscos de mercado e a limitação de frota acabaram inviabilizando a operação.

Foi aí que o modelo de negócios da empresa, baseado em fretamento, se mostrou uma opção, principalmente por dividir os riscos da companhia aérea com a consolidadora —que já oferece 14 voos semanais entre seu país de origem, a Espanha, e o Egito. As duas empresas então criaram uma joint-venture no Brasil, que ofertará o novo voo aos brasileiros através das agências de viagem.

“No último ano, mesmo sem uma conexão direta, o Egito recebeu cerca de 40 mil turistas brasileiros, grande parte pelo turismo religioso, e que aproveitam para visitar o Egito e Israel na mesma viagem”, disse Martinez à Folha.

“Com um voo semanal, conseguimos atender pouco mais de um terço dessa demanda, que certamente deve crescer com uma nova opção sem escalas. Isso sem contar as grandes colônias árabes e israelitas que o Brasil abriga e que também devem contribuir com o crescimento da rota”, estima o executivo.

Como viajar ao Egito sem escalas

Os passageiros que buscarem o novo voo da EgyptAir em buscadores como o Skycanner e o Google Flights não o encontrarão. Por ser um voo fretado, ele será oferecido somente através de agências de viagem, que podem vender apenas os voos ou pacotes que incluem também hospedagens e passeios. Conexões do Cairo para Tel Aviv, em Israel, também serão ofertados. “Procure o seu agente de viagem de confiança e pergunte a ele sobre os voos diretos ao Egito”, recomenda o CEO da MasterFlights, que atende os agentes de viagens pelo site www.egyptflights.com.br.

Voo charter, ou fretado, é uma modalidade de voo bastante utilizada por operadores do turismo para atender uma demanda específica que, apesar de existir, ainda não é grande o suficiente para justificar a operação de voos regulares. É o mesmo modelo que agências de viagens como a CVC utilizam para levar grandes grupos de cidades do interior do país (que normalmente não tem boa conectividade aérea) direto para destinos turísticos muito procurados, como as capitais nordestinas.

Fonte: Folha de S.Paulo