Torre Eiffel é fechada em mais um dia de protestos na França

A Torre Eiffel, um dos pontos turísticos mais emblemáticos de Paris, foi fechada nesta terça-feira (28) devido a manifestações contra a reforma da Previdência do presidente da França, Emmanuel Macron.

Também nesta terça, manifestantes bloquearam trilhos de trem e rodovias e entraram em confronto com a polícia em diversas cidades.

Depois que as manifestações da última quinta-feira (23) deixaram um rastro de destruição, fogo e fuligem nas principais cidades da França, o ministro do Interior, Gérard Darmanin, anunciou a mobilização de um aparato policial “inédito” para acompanhar os protestos marcados para esta terça.

As manifestações na capital francesa levaram ao adiamento da viagem oficial do rei Charles 3º à França, e entidades do setor hoteleiro acusam o cancelamento de 20% de suas reservas para o mês de abril por causa da turbulência social que tomou as ruas da cidade.

Protestos de grande proporção contra o projeto estão sendo organizados por sindicatos desde janeiro, e se intensificaram em meados de março, quando Macron adotou a reforma por decreto para evitar uma derrota no Parlamento.

Desde então, o cenário das manifestação inclui pilhas de lixo incendiadas, lojas depredadas, bloqueios de rodovias, lançamento de bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água.

O saldo, segundo o Ministério do Interior, foi de 457 detenções e 441 policiais feridos em todo o país, que prevê aumento da participação de jovens nesta terça.

A reforma previdenciária eleva a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos e prolonga os anos de contribuição dos franceses para acesso à pensão integral, de 42 para 43 anos. A reformulação ainda mexe nos regimes dedicados a atividades consideradas mais penosas, como as de garis, bombeiros, policiais e enfermeiros, que podem se aposentar antes das demais categorias, teriam a idade mínima elevada de 57 para 59 anos.

Segundo o governo, a reforma vai representar uma economia de € 18 bilhões (R$ 101 bi), mas os franceses repudiam a medida e prezam a qualidade de seu sistema público de segurança social.

Fonte: Folha de S.Paulo