Trilhas levam à isolada praia de Lopes Mendes, na baía de Angra dos Reis

Maior das ilhas da baía de Angra dos Reis (RJ), a Ilha Grande é cercada de enseadas protegidas e faixas estreitas de areia banhadas por águas calmas. Uma de suas praias, contudo, foge à regra: Lopes Mendes.

Ali as ondas chegam fortes, arrebentando numa faixa de três quilômetros de areia fina e firme. Sob a sombra das amendoeiras, os banhistas se protegem do sol forte. 

Suas características atraem os surfistas, em busca de ondas desafiadoras, mas o local faz a cabeça de outros amantes do mar: os mergulhadores. 

As águas cristalinas são morada de tartarugas, robalos, moreias e de outros habitantes marinhos que seduzem os visitantes dispostos a sair da superfície. 

A variação de tonalidades do mar é outro atrativo desse trecho do litoral sul fluminense, emoldurado por um naco generoso de mata atlântica.

Para chegar até lá, exige-se certa dose de esforço, ao menos em comparação com o acesso às belas praias locais, que se alcançam em curtas caminhadas pela ilha.

Da Vila do Abraão, o centrinho de Ilha Grande, onde se concentram pousadas e restaurantes, partem lanchas e barcos, que do cais até a praia do Pouso, levam de 30 a 50 minutos, a depender do tipo de embarcação.

Ao término desse trajeto, é preciso encarar uma trilha leve de um quilômetro, percorrido em cerca de 20 minutos (se não tiver chovido no dia anterior), até alcançar a praia, localizada na costa oceânica, em área de proteção ambiental.

Quem quiser chegar a Lopes Mendes pelo caminho mais difícil será presenteado com um visual arrebatador. 

A trilha é mais pesada, porém bem sinalizada.

São mais ou menos três horas de caminhada, a depender do ritmo de cada um, para explorar o trajeto de seis quilômetros com muito sobe e desce de morro. É cansativo, recomendado a fãs de trekking.

Mesmo durante a alta estação, o canto da praia costuma ficar quase deserto. Depois de um mergulho 
no mar, compensa seguir rumo a uma área de águas avermelhadas conhecida como “Lagoa da Coca-Cola”, para mais um banho. 

Lá não existe água natural potável. Leve dinheiro em espécie, porque muitos estabelecimentos não aceitam cartões. Em tempo: em Ilha Grande não há agências bancárias tampouco caixas eletrônicos.

Fonte: Folha de S.Paulo