Veja dicas para economizar em passagens aéreas, pacotes e aluguel de carro

Viajar em 2023 está nos planos de 57% dos brasileiros. Dessa turma, 65% vão se dedicar a gastar menos para realizar o sonho, enquanto 75% dizem prestar o máximo de atenção às promoções.

Os dados fazem parte de um levantamento realizado em agosto de 2022 pelo site Booking, com 24.179 pessoas de 32 países, incluindo o Brasil.

Os pacotes continuam sendo uma saída econômica. “Negociamos tarifas exclusivas com os fornecedores, não há meio de conseguir os mesmos descontos fora dos pacotes”, afirma Viviane Piovarcsik, diretora de vendas da CVC.

Mas é preciso correr. Já é hora, por exemplo, de garantir as promoções que a empresa lançou para as férias de julho. “Neste ano, a temporada de inverno na América do Sul vem forte. Além dos voos fretados para Bariloche, teremos fretamento para Mendoza, Ushuaia e Salta“, diz Piovarcsik.

Quem entende de viagem e vive com o pé na estrada —ou nas nuvens— sabe que um orçamento enxuto também depende de muita dedicação.

“Não tem segredo: é sentar na frente do computador e pesquisar”, diz Guilherme Tetamanti, do perfil @queroviajarmais, no Instagram. Tetamanti tem método.

“Começo pesquisando destinos no Google Voos para descobrir qual trecho está mais vantajoso. Depois pesquiso em todos as companhias aéreas e buscadores. Eles competem entre si, mas não oferecem as mesmas promoções.”

Confira, a seguir, dez dicas que podem alegrar a viagem também na volta.

1 – Programa de fidelidade

Administrar múltiplos programas de fidelidade é a estratégia de Cecília Beu, do perfil@viajanteeconomica. “Esses programas viraram um mundo à parte. Acabei de voltar de Santiago, no Chile, com pontos que ganhei na compra de um aparelho de ar condicionado.”

Concentrar compras em um único cartão de crédito, ou adquirir vários produtos na mesma plataforma, pode representar economia. De acordo com Nelson Benavides, diretor comercial da Booking, os descontos para inscritos no programa de fidelidade Genius, por exemplo, chegam a 20%.

2 – Antecedência

Organizar a viagem com antecedência sempre foi a regra de ouro para conseguir tarifas mais amigáveis —um hábito que o brasileiro deixou de lado durante a pandemia, diz Benavides. “Como as regras mudavam a todo momento, as pessoas se acostumaram a fazer reservas de última hora.”

Para a estrategista financeira Jenni Almeida, o ideal é começar as pesquisas 18 meses antes, para acompanhar promoções e intensificar compras em um cartão que gere mais milhas. “Essa antecedência também ajuda a organizar a compra de moeda local de forma gradativa.”

3 – Email exclusivo

Para estar atento a todas as ofertas de ocasião, Antonio Augusto, diretor de marketing da Localiza, conta o seu truque: “O melhor jeito é criar um email exclusivo para a viagem, cadastrá-lo em todos os buscadores e sites e conferi-lo diariamente. Sempre que algum reduzir a tarifa, você vai saber imediatamente.”

4 – Flexibilidade

Nas pesquisas, flexibilidade é a palavra-chave: vale considerar datas próximas e voos no meio da semana. “Fujo dos horários mais procurados, como ida na sexta-feira e volta no domingo. Quem pode embarcar no meio de um feriadão e voltar alguns dias depois encontra bons preços, mesmo na alta temporada”, recomenda Andrea Miramontes, autora do perfil @ladobviagem.

5 – Hospedagem

Hotéis convencionais são a hospedagem mais usada pelo brasileiro, segundo a Booking, mas as casas de temporada conquistam uma fatia cada vez maior —em 2022, a Decolar entrou no segmento em que já atuam Airbnb, Holmy, Vrbo, Expedia e Booking, entre outras. “É a modalidade preferida por quem viaja por mais de quatro dias, em grupo ou com crianças”, diz Daniela Araujo, diretora da Decolar.

Para Andrea Miramontes, também vale a pena considerar o hostel —muitos se modernizaram e já não lembram em nada os albergues feiosos do passado. “Há alguns hostels lindos e moderninhos, inclusive com suítes, excelentes para casais.”

6 – Calendário

Os meses de janeiro e julho são sempre os mais concorridos porque coincidem com as férias escolares. Mas dá para fugir da altíssima temporada.

“A primeira quinzena de janeiro e o começo de julho concentram boa parte do movimento. Viajar no comecinho ou no fim da alta temporada sai até 20% mais barato”, diz Viviane Piovarcsik, da CVC.

7 – Olho no mapa

Vale a pena abrir o mapa e analisar as opções ao redor dos points da moda. São Miguel do Gostoso, por exemplo, um dos lugares mais bombados do Rio Grande do Norte, é cercado de praias lindas e menos visadas —como a praia do Zumbi.

Influenciador de lifestyle e viagens, Mauricio Atillio usa essa estratégia para fugir das tarifas salgadas de Salvador no verão. “Ali pertinho, Lauro de Freitas tem uma das melhores praias da Bahia, hotéis baratos de qualidade e até resorts all inclusive por metade do que se paga em Salvador.”

8 – Cartões internacionais

Cartões internacionais pré-pagos, afirma Tetamanti, são seguros e vantajosos. A alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF, que atualmente chega a 5,38% nos cartões de crédito internacionais, é de apenas 1,1% nesse tipo de cartão, que no exterior funciona com função débito e permite saques. Outra vantagem é a conversão das moedas, feita pelo câmbio comercial, bem mais em conta.

9 – Tanque cheio

A locação de automóveis nunca foi tão popular no Brasil. “Registramos um volume histórico nestas férias de verão e apostamos que a alta vai se manter, pois 2023 tem muitos superferiados”, afirma Antonio Augusto, diretor de marketing da Localiza.

Segundo Augusto, os modelos mais baratos nem sempre representam economia. “Dependendo do percurso, o combustível nos postos de estrada pode custar mais caro. Muitas vezes vale a pena alugar um carro com maior autonomia, que não precise ser reabastecido durante a viagem.”

“Nas festas de fim de ano e férias escolares, recomendamos fechar a reserva de quatro a seis semanas antes”, diz Jamyl Jarrus Junior, vice-presidente executivo da Movida.

10 – Refeições

Limite restaurantes a momentos especiais —esses gastos podem representar mais de um terço do orçamento, diz o influenciador Mauricio Atillio.

Cecília Beu costuma fazer só uma refeição enquanto vija. “Tomo um senhor café da manhã no hotel, para fazer apenas um almoço tardio na rua. À noite, faço piquenique no quarto do hotel, com itens adquiridos no supermercado.”

Para Andrea Miramontes, a dica é apelar à comida de rua. “Faço uma visita a um restaurante local e, nos outros dias, como em food trucks e mercadões. É uma forma excelente de conhecer a cultura local.”

Fonte: Folha de S.Paulo