Airbnb quer ‘voltar às raízes’ com novo recurso de aluguel de quartos

Airbnb Quartos — Foto: Divulgação/Airbnb

O serviço de hospedagens Airbnb percebeu nos primeiros anos da pandemia que alguns clientes alugavam casas em outras cidades para ter algo parecido com uma viagem convencional, mesmo que tivessem que ficar dentro desses locais para respeitar as restrições de deslocamento.

Agora, o serviço quer incentivar a escolha pelo modelo que o fez ficar conhecido: o de aluguel de quartos dentro de uma residência. É o que contou ao g1 a chefe global de hospedagem do Airbnb, Catherine Powell, durante o Web Summit Rio.

Ela explicou que um novo recurso, chamado de Airbnb Quartos, vai reunir mais de 1 milhão de quartos cadastrados na plataforma ao redor do mundo. Os hóspedes também terão mais detalhes sobre anfitriões, incluindo onde moram, com que trabalham, qual o nível de interação, entre outros.

“O novo recurso está ajudando a voltar para as nossas raízes, que são o quarto e o anfitrião”, disse Catherine, que apontou a oferta de hospedagens a preços mais baixos como uma das metas da empresa.

Hoje, a diária de um quarto no Brasil pelo Airbnb custa R$ 165, em média. E, segundo relatório da Oxford Economics produzido a pedido do Airbnb, gastos no Brasil com reservas na plataforma chegaram a US$ 5,2 bilhões, 31% a mais do que em 2021.

Catherine Powell, chefe global de hospedagem do Airbnb, no Web Summit Rio, em foto de 3 de maio de 2023 — Foto: Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio via Sportsfile

“As pessoas estão procurando preços acessíveis. Se olharmos para o Brasil, a demanda por quartos no ano passado foi 58% maior do que no ano anterior”, afirmou.

O lançamento da funcionalidade também é apontado como um apoio aos anfitriões, que perderam parte da renda ao receber menos hóspedes nos momentos mais críticos da pandemia.

“No Brasil, 56% dos nossos anfitriões nos dizem que hospedam para continuar em suas casas, para pagar o aluguel ou o financiamento do imóvel”, disse Catherine.

O Airbnb Quartos também informa no aplicativo se é possível trancar a porta do dormitório, se o banheiro é privativo ou compartilhado, se mais pessoas além do anfitrião estarão na casa, entre outras informações.

Retomada do turismo

Presente em 220 países ou regiões, o Airbnb tem se tornado mais rentável, à medida em que mais pessoas estão voltando a viajar. Em 2020, a companhia teve prejuízo de US$ 4,6 bilhões. Em 2022, atingiu o seu maior lucro da história: US$ 1,9 bilhão.

Com o objetivo de evitar perdas ainda maiores nos anos anteriores, a empresa suspendeu vários setores para se concentrar nas hospedagens. “Perdemos 80% do nosso negócio em seis meses, foi muito difícil”, afirmou a executiva.

A plataforma lançou a ferramenta Categorias, em que usuários buscam apenas casas perto da praia ou de áreas de esqui, por exemplo. Além disso, houve um trabalho com anfitriões para incentivá-los a melhorar as hospedagens.

“Uma das coisas que fizemos foi escutar os anfitriões para saber como eles estavam lidando com a situação”, afirmou Catherine. “Nós os ouvimos e inovamos com produtos para ajudá-los a superar esse período”.

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Fonte: G1

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