Clia antecipa para 5 de março a retomada da temporada de cruzeiros no Brasil

Clia antecipa para 5 de março a retomada da temporada de cruzeiros no Brasil — Foto: Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo

A Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) antecipou para 5 de março a retomada da temporada de cruzeiros no Brasil. A decisão foi divulgada na tarde desta quarta-feira (2). Na sexta-feira (25), o Ministério da Saúde publicou uma portaria no Diário Oficial da União autorizando o retorno das operações a partir de 7 de março.

Todos os navios de cruzeiros que operam nesta temporada na costa brasileira — MSC Seaside, Splendida e Preziosa, e também os navios Costa Diadema e Fascinosa — cumprem o período de suspensão na área de fundeio do Porto de Santos, no litoral de São Paulo.

Conforme a Clia Brasil, serão 19 roteiros, com saídas programadas até 18 de abril de 2022, que passarão por oito destinos dos estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo Balneário Camboriú, Itajaí, Porto Belo, Santos, Ilhabela, Rio de Janeiro, Angra dos Reis/Ilha Grande e Búzios.

Ainda segundo a associação, esse municípios “estão totalmente alinhados para implementar rigorosos protocolos de segurança, que valorizam a saúde das pessoas e garantem a alta qualidade das experiências oferecidas aos cruzeiristas”.

O g1 entrou em contato com o Ministério da Saúde, para questionar sobre a nova data divulgada pela Clia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Clia antecipa para 5 de março a retomada da temporada de cruzeiros no Brasil — Foto: Matheus Tagé/Jornal A Tribuna

Bom para a economia

O economista Luciano Simões explica que a retomada das atividades tem alto potencial econômico, pois a dinâmica envolve não somente os tripulantes, como também as demais empresas e prestadores de serviços terceirizados. “Mesmo que a temporada tenha sido interrompida, podemos estimar que o potencial econômico da retomada chegue a, no mínimo R$ 1 bilhão, pois a temporada geralmente vai até abril”, analisa.

Simões ainda ressalta que este é um mercado de 35 mil empregos diretos e indiretos. “Como nossa região possui foco turístico e comercial, parte deste valor incrementará nossa economia local. Conforme um estudo da FGV [Fundação Getúlio Vargas], cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia, sendo assim, nossa região ainda tem muito a ganhar com essa retomada”, diz.

Relembre a suspensão

Conforme a Clia informou em janeiro, a suspensão “contrasta com a evolução positiva nos Estados Unidos, onde as autoridades de saúde reconhecem a eficácia dos protocolos da indústria de cruzeiros”.

A associação afirmou, ainda, que trabalha em nome da MSC Cruzeiros e da Costa Cruzeiros para alinhar com as autoridades do Governo Federal, Anvisa, estados e municípios as interpretações e aplicações dos protocolos operacionais de saúde e segurança contra a Covid-19 que haviam sido aprovados no início da atual temporada, no mês de novembro.

Ministério da Saúde autorizou retomada da temporada de cruzeiros a partir de 7 de março — Foto: Vanessa Rodrigues/Jornal A Tribuna

A associação defendeu os protocolos sanitários já adotados pelos cruzeiros realizados, antes do embarque, durante e também no desembarque. Reitera, também, o impacto econômico causado pelo setor na costa brasileira, que tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas.

Anvisa recomendou suspensão definitiva

Ainda em janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao Ministério da Saúde e à Casa Civil da Presidência da República a suspensão definitiva da temporada de cruzeiros no Brasil, como ação necessária à proteção da saúde da população.

Milhares de passageiros aguardaram para saber se poderiam embarcar em navio e tiveram viagens suspensas em janeiro — Foto: Matheus Tagé/Jornal A Tribuna

Segundo a agência reguladora, o documento encaminhado ao Ministério da Saúde e à Casa Civil contém a apresentação do cenário epidemiológico de Covid-19 nas embarcações de cruzeiro que operam a temporada 2021-2022, incluindo as intercorrências, por embarcação, desde o início de suas operações em território nacional.

A Anvisa explica que os protocolos que definiu para a operação dos navios de cruzeiro no Brasil trouxeram dispositivos que permitiram acompanhar o cenário epidemiológico nas embarcações durante quase dois meses, e foram fundamentais para se identificar rapidamente a alteração no número de casos a bordo na penúltima semana epidemiológica de 2021.

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Fonte: G1