Louvre retira de ala o nome da família Sackler, ligada à epidemia de opioides nos EUA

Repórter da AFP diz ter visto as placas que indicam a Ala Sackler de Antiguidades Orientais cobertas por fita-crepe — Foto: Bernard Jaubert/AFP/ArquivoRepórter da AFP diz ter visto as placas que indicam a Ala Sackler de Antiguidades Orientais cobertas por fita-crepe — Foto: Bernard Jaubert/AFP/Arquivo

Repórter da AFP diz ter visto as placas que indicam a Ala Sackler de Antiguidades Orientais cobertas por fita-crepe — Foto: Bernard Jaubert/AFP/Arquivo

O Louvre retirou de uma das suas alas o nome da família Sackler, informou nesta quarta-feira (17) a agência France-Presse (AFP). Os doadores do museu de Paris são acusados ​​de lucrar com um analgésico opioide altamente viciante, responsável por uma epidemia nos EUA.

Um repórter da AFP relata ter visto as placas que indicavam a Ala Sackler de Antiguidades Orientais do museu cobertas por fita-crepe. A galeria recebeu este nome por conta de uma doação de US$ 3,6 milhões feita pela família Sackler em 1996.

Nesta terça-feira (16) o diretor do museu, Jean-Luc Martinez, disse à TV local que a ala não carregaria mais o nome dos mecenas por ter ultrapassado os 20 anos de homenagem.

Família Sackler deu nome a ala do museu após uma doação de US$ 3,6 milhões em 1996. — Foto: 139904/Creative CommonsFamília Sackler deu nome a ala do museu após uma doação de US$ 3,6 milhões em 1996. — Foto: 139904/Creative Commons

Família Sackler deu nome a ala do museu após uma doação de US$ 3,6 milhões em 1996. — Foto: 139904/Creative Commons

Epidemia de opiáceos

Recentemente o Louvre enfrentou críticas sobre sua ligação com a família Sackler, proprietária da farmacêutica Purdue Pharma, que está em mais de mil ações judiciais por conta da relação do analgésico OxyContin com a crise dos opiáceos nos EUA.

Nos últimos meses, importantes museus como o Guggenheim e o Metropolitan, de Nova York, e o Tate e o National Portrait Gallery, de Londres, se posicionaram contrários à família e disseram que deixariam de aceitar suas doações.

Em 2017, ao menos 47 mil pessoas morreram de overdose de opiáceos nos EUA, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Na França, médicos alertam para o fato de que 12 milhões de pessoas no país estão consumindo opioides, e que não foram informadas sobre uma potencial dependência e risco de overdose.

Fonte: G1