Um monitor mostra os voos cancelados no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. — Foto: Daniel Roland/AFP
O aeroporto de Heathrow, o mais movimentado do Reino Unido, diminuiu ainda mais seu programa de voos para este verão. Como outros aeroportos britânicos e europeus, em pleno caos há vários meses com cancelamentos, atrasos, filas de espera gigantescas ou problemas de entrega de bagagens, Heathrow tem dificuldades de absorver a demanda, essencialmente devido à falta de pessoal.
O diretor-executivo do aeroporto Charles de Gaulle disse que o extravio de 35.000 malas durante a greve foi uma “catástrofe”.
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Após dezenas de cancelamentos segunda-feira (11), Heathrow anunciou, nesta terça-feira (12), que vai limitar por dois meses a 100.000 por dia o número de passageiros que saem do aeroporto. A cifra representa 4.000 viajantes a menos do que o previsto.
“Em média, somente entre 1.500 destes 4.000 lugares (eliminados) por dia já foram vendidos. Nós pedimos, então, as companhias parceiras que parem de vender passagens para o verão para limitar o impacto para os passageiros”, declarou o diretor geral de Heathrow, John Holland-Kaye, em um comunicado.
Segundo ele, algumas funções centrais do aeroporto sofrem com uma falta significativa de mão de obra, “principalmente o pessoal de solo empregado pelas companhias aéreas” para administrar o registro e a organização das bagagens.
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Capacidade reduzida
Na segunda-feira, o aeroporto cancelou 61 voos, depois de ter pedido a algumas companhias aéreas, no fim de junho, para diminuírem o número de aviões. British Airways, Wizz Air ou Easyjet cancelaram milhares de voos este verão para alinhar seus programas com as novas capacidades reduzidas.
As companhias aéreas aproveitam principalmente de uma flexibilização temporária das regras de controle dos horários de decolagem e de aterrissagem durante os meses de julho e agosto, uma iniciativa do governo britânico para permitir às companhias de adaptar seus planejamentos sem perder seus direitos para a próxima temporada.
Heathrow lamentou, no entanto, que nem todas as empresas “tomaram medidas significativas” após a flexibilização, por isso o número de passageiros será limitado até 11 de setembro. O objetivo é de “proteger os voos para a maioria dos passageiros”.
As companhias aéreas e os aeroportos britânicos, que tinham demitido milhares de pessoas durante a pandemia de Covid-19, agora têm dificuldade de recrutar. Heathrow informou que começou a contratar em novembro e acredita que até o fim de julho terá o mesmo número de empregados que antes da pandemia.
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Greve foi uma “catástrofe” para aeroporto
Na França, o diretor-executivo do Grupo Aeroportos de Paris (ADP) Augustin de Romanet, disse nesta terça-feira que o episódio das bagagens não distribuídas durante a greve de funcionários do aeroporto de Paris-Charles de Gaulle (CDG), em 1° de julho, foi “catastrófico” para a imagem do aeroporto.
Ele afirmou, durante entrevista à rádio francesa RMC, que “muito mais” de 20.000 malas foram extraviadas após o que chamou de “episódio extremamente lamentável”.
“Ainda que as causas sejam várias, a origem das coisas (…) é o grupo ADP e os trabalhadores da ADP, que normalmente deveriam estar lá às 5h da manhã para lançar o que chamamos de classificadores de bagagens. Eles disseram na véspera da greve que estariam lá, mas não compareceram”, afirmou. “No lugar de começar às 5h da manhã, eles começaram entre 7h e 9h”, completou.
Quase 220.000 bagagens são ordenadas em 17 classificadores de bagagens, todos os dias, em Charles de Gaulle, principal aeroporto da França, também chamado de Roissy. Até quarta-feira (13) todas malas extraviadas devem ser restituídas a seus proprietários, graças às equipes que trabalharam à noite de “maneira voluntária”, de acordo com Romanet.
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Malas serão restituídas
Segundo o ministro francês encarregado dos Transportes, Clément Beaune, 35.000 bagagens foram extraviadas devido à greve. “Ainda restam 10.000 malas que não chegaram ao destino, até a noite de quarta-feira poderemos enviar as últimas bagagens com um esforço de mobilização dia e noite para que cada um possa encontrar as melhores condições de viagem”, afirmou durante uma visita ao aeroporto de Roissy.
Romanet lembrou que não havia necessidade de chegar “cedo demais” para embarcar. Quando “os passageiros chegam cedo demais, as bagagens não podem ser colocadas nos classificadores. Elas são colocadas no que chamamos de estocadores”, explicou.
Estes dispositivos podem gerir 5.000 bagagens, “neste momento temos às vezes 50.000, o que causa um engarrafamento de malas que cria desordens”, disse.
Para um voo internacional, é preciso chegar “3 horas antes” da decolagem. Já para um voo dentro do espaço Schenghen, “duas horas são suficientes”, disse Romanet.
A falta de mão de obra é limitada, afirmou o diretor, garantindo que “os aeroportos de Paris não se transformarão em apocalipse neste verão”.
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Fonte: G1