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Peça faz paralelo entre violência do Rio e seu nascimento conflituoso

20/01/201802h10Para entender a violência do Rio de hoje seria preciso voltar atrás, lá no nascimento da cidade, em meados do século 16. “Guanabara Canibal”, espetáculo que estreia neste sábado (20) em São Paulo após uma temporada carioca, busca esse paralelo entre o que há de conturbador no passado e no presente do Rio.
Para tanto, resgata-se a batalha de Uruçumirim, em 1567, conflito liderado por Mem de Sá que expulsou franceses e exterminou tupinambás na baía de Guanabara.
“Acho que o Rio de Janeiro, hoje, vive essa influência de vingança e de disputas de territórios, como as brigas entre facções e a intervenção da Polícia Militar em favelas”, diz o dramaturgo Pedro Kosovski. “É difícil não pensar que há um espelhamento. É a violência que funda a cidade.”
“Guanabara” é a última parte da chamada Trilogia da Cidade da carioca Aquela Companhia, série de trabalhos que usam fatos históricos para se referir ao presente.
A pesquisa foi incitada pelas mudanças urbanas acarretadas por preparatórios de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
“Cara de Cavalo” (2012), a primeira peça, trazia o surgimento do esquadrão da morte à época do golpe militar.

Fonte: Folha de S.Paulo