Em 2006 fui mergulhar com um colega nas Ilhas Cook– um protetorado da Nova Zelândia que tem status de país. A ilha principal é Rarotonga, que têm uma população de mais ou menos 13 mil pessoas – tipo menos que meu bairro em São Paulo! 

Como eles têm mão inglesa, achamos melhor alugar scooters para poder nos locomover e mergulhar em lugares diferentes. Só que para alugar os scooters tivemos que fazer uma carteira de motorista local. Nada de testes, foi só pagar uma taxa e ganhar um souvenir da hora: quantas pessoas você conhece que tem carteira de motorista de lá? O complicado foi nos concentrar para ficar à esquerda… tudo bem que quase não havia trânsito.

Após alguns dias mergulhando em Rarotonga pegamos um teco-teco e fomos para uma ilha menor – e mais paradisíaca ainda, Aitutaki! É um pequeno atol com menos de dois mil habitantes, à época com pouca infraestrutura para turistas – o hotel nos fornecia quase tudo o que precisávamos, o restante tinha que ser adquirido em um pequeno mercado. Os bangalôs eram bem arrumados, nada de ar condicionado, só ventiladores de teto – a brisa que vinha do mar era bem fresca à noite. Aliás, o mar era de um azul turquesa de tirar o fôlego!

A água não era das mais quentes, como acontece nesse tipo de atol com influência forte de águas profundas e frias ao seu redor. Eu levei uma roupa de neoprene bem fina, com a intenção de improvisar algum lastro. No primeiro dia foi meio complicado afundar, tentei amarrar sacos com pedras e areia no meu cinto de lastro, mas nada funcionava. Nessa primeira noite que fomos fazer snorkel encontrei uma peça de motor de metal, pesada e com uma haste onde eu poderia me segurar. Nada prático depois de alguns minutos… aí eu pensei “bem que eu poderia encontrar algo melhor para usar de lastro…”. Shazan! Vi na minha frente uma peça de lastro de chumbo de três quilos que algum mergulhador deixou cair do barco ou resolveu se livrar para não ter que levar para casa! Isso que é sorte!

Mergulhar dentro de atol geralmente é tranquilo, sem corrente ou ondas. Mas sempre tento ir para o lado de fora, onde posso encontrar conchas diferentes. Programamos mergulhar mais afastados do hotel à noite e havíamos comprados pilhas alcalinas novas – o único problema foi que a única marca disponível era Durashing-ling. Bom, sendo novas durariam ao menos um mergulho. Só que não. Como eu estava com lastro e meu colega não, eu me aventurei para o fundo perto da arrebentação do arrecife de coral. Ao chegar lá (um breu total) a corrente e as ondas estavam bem fortes – e a luz da minha lanterna começou a piscar… de repente, puff! Acho que a carga da pilha maledeta não durou quinze minutos! Nadei em direção da praia, onde meu colega já me esperava com sua lanterna apagada – suas pilhas também haviam se exaurido após alguns minutos de uso.

Tirando esse pequeno problema, o resto da viagem foi tranquilo, inclusive com direito a um show de danças e comidas típicas! A cor do mar era inebriante, e nosso bangalô ficava quase dentro do mar, à noite o único ruído era o das ondas ao longe. Ao contrário de Rarotonga que tem cachorros aos montes por todo lado, que latem a noite toda. Um fato interessante sobre Aitutaki é que não há cães – foram todos mortos no século 19 quando houve uma epidemia de lepra e culparam os bichos por isso, e proibiram que trouxessem outros desde então. (calma, eu disse que é um fato interessante, não que eu aprove a eliminação de cães para poder dormir em silêncio…)

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