
Após 4 anos sem ver o pai, a pré-adolescente Heydi Gámez García tentou suicídio e sofreu morte cerebral
A pré-adolescente Heydi Gámez García, de 13 anos, passou a maior parte da vida distante do pai, Manuel Gámez, que saiu de Honduras quando ela tinha 1 ano de idade. Ele entrou nos EUA e morou em Long Island (NY) até 2014, quando membros da gangue de rua MS-13 mataram o avô da filha. Preocupado com quem cuidaria de Heydi e da tia dela, Zoila Gámez, ele retornou a Honduras. Em 2015, ele enviou Heydi aos EUA e, pouco depois, Zoila a seguiu. Ambas conseguiram asilo e foram viver com a outra irmã de Manuel, Jessica Gámez.
Entretanto, Manuel não teve o pedido de asilo aceito nos EUA. Ele tentou, sem sucesso, entrar clandestinamente nos EUA em 2016 e 2017 e em ambas as vezes foi deportado. O advogado dele, Aníbal Romero, relatou que as autoridades migratórias disseram que o pedido de asilo de Manuel não era crível. A última tentativa ocorreu em junho, quando Gámez foi novamente detido por agentes de imigração.
“Ela estava chorando, ‘Papi, você nunca irá conseguir. Eles sempre pegarão você”, disse ele, lembrando-se de um telefonema com Heydi, pouco antes de ter sido detido. “Eu prometi a ela, ‘filha, esta é a última vez que tento e Deus irá conceder-me a oportunidade’, mas eu fui pego novamente”.
Heydi não havia visto mais o pai desde os 4 anos que imigrou aos EUA. A tia dela, Jessica, relatou que a separação afetou a saúde mental da jovem de 13 anos. No início de julho, Heydi teve uma crise de choro quando conversava sobre o pai dela com Zolia. Na ocasião, a jovem comentou que não achava que eles fossem viver juntos novamente. Poucas horas depois, ela tentou suicídio. A menina foi levada ao Cohen Children’s Medical Center, em Queens (NY), onde os médicos constataram morte cerebral uma semana depois. Gámez recebeu duas semanas de permissão para comparecer ao funeral da filha.
O caso de Heydi e Manuel é simplesmente um dos exemplos mais recentes dos desafios e, geralmente tragédias, que os imigrantes centro-americanos enfrentam quando tentam chegar aos EUA. Conforme o Departamento de Cidadania & Serviços Migratórios (USCIS), é legal solicitar asilo, independente se o estrangeiro chegou com ou sem autorização.
“Como é possível que um homem que está fugindo do país dele com a irmã e filha é pego nesse sistema migratório falho, onde a filha dele consegue asilo, a irmã dele consegue asilo, e ele termina deportado?” Questionou Romero.
Fonte: Brazilian Voice