Imigrantes retidos no Texas cogitam novas rotas para entrar no país

Alguns imigrantes centro-americanos que tentavam entrar no país e foram retidos perto de uma travessia do Texas, na semana passada, disseram que estão cogitando ir para outra parte da fronteira na qual podem ter uma chance melhor de solicitar um pedido de asilo rápido.

Ponderando seus próximos passos na empoeirada cidade mexicana de Piedras Negras, logo ao sul da travessia Eagle Pass, a caravana com cerca de 1.700 imigrantes quer evitar uma espera potencial de meses por uma oportunidade de pedir asilo. Muitos dizem que também esperam o chamado visto humanitário do governo mexicano, que pode levar a oportunidades locais de emprego, mas temem o Zetas, cartel de drogas hiperviolento da região que já atacou imigrantes. “Não podemos parar aqui”, disse Oscar Lopez, hondurenho de 33 anos que viaja com a esposa e duas filhas. Ele disse que sua família fugiu de ameaças de morte de gangues no país natal. “Se não (atravessarmos) aqui, iremos a outra parte da fronteira”.

Os postulantes a asilo costumam ter direito de permanecer em solo norte-americano enquanto seus casos são decididos por um juiz de imigração, mas um acúmulo de mais de 800 mil casos pode arrastar o processo durante anos. Cerca de 250 efetivos militares estão sendo transferidos de posições no Arizona para Eagle Pass “em reação à atividade da caravana de imigrantes que atualmente se aproxima da fronteira do Texas”, anunciou o Departamento da Defesa. Entre eles há policiais militares, médicos e engenheiros. Milhares de imigrantes majoritariamente centro-americanos já fizeram a perigosa viagem a pé pelo México até a divisa do vizinho do norte desde outubro, enfurecendo Trump. No dia 20 de dezembro o governo Trump anunciou que seu país devolverá ao México os imigrantes não-mexicanos que tiverem cruzado a fronteira enquanto seus pedidos de asilo são analisados. “Estes imigrantes correm muitos riscos”, incluindo o crime organizado, policiais locais corruptos e a hostilidade de moradores, alertou Alberto Xicotencatl, que cuida de um abrigo em Saltillo, capital do Estado de Coahuila, a cerca de 400 quilômetros ao sul de Piedras Negras.

 

Fonte: Brazilian Press