7 curiosidades sobre a vida e os 70 anos do reinado de Elizabeth 2ª

  • Kev Lochun
  • BBC HistoryExtra

Elizabeth 2ª em 2022 e 1952

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Elizabeth 2ª em 2022 e 1952

Por volta das 3h de 21 de abril de 1926, nasceu a primogênita do príncipe Albert, duque de York (o futuro George 6º), e sua esposa Elizabeth.

Poucos poderiam ter adivinhado na época, mas aquela garotinha se tornaria talvez o rosto britânico mais reconhecível do século.

Embora fosse a terceira na linha de sucessão ao nascer, a abdicação de seu tio Eduardo 8º em 1936 e a morte de seu pai, o rei George 6º, fizeram dela rainha da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte em 6 de fevereiro de 1952.

Desde então, Elizabeth 2ª tem sido um rosto constante em um mundo em mudança.

Por ocasião da comemoração do Jubileu de Platina (70 anos de reinado) em 2022, a BBC conta sete detalhes de sua vida.

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Elizabeth 2ª é a rainha mais longeva da história britânica

25.569 +

Na manhã de 6 de fevereiro de 2022, fez 70 anos desde sua ascensão ao trono em 1952: Elizabeth 2ª reinou por 25.569 dias de mudanças sociais notáveis.

Isso faz dela a monarca mais longeva da história britânica.

Quem até agora detinha tal título era a rainha Vitória, que reinou por 63 anos e sete meses, ou 23.226 dias, 16 horas e 23 minutos, de 20 de junho de 1837 até sua morte em 1901.

Mas para se tornar a monarca com a regência mais longa de qualquer estado soberano na história, ela terá que permanecer no trono até 27 de maio de 2024.

Se isso acontecer, ela vai desbancar Luís 14 da França, o famoso “Rei Sol”. O monarca medieval, que converteu um modesto pavilhão de caça no magnífico Palácio de Versalhes e transformou a França em potência mundial, governou por 72 anos e 110 dias.

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Elizabeth 2ª também é chefe de estado de 14 outros países da Commonwealth

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A rainha também é chefe de estado de 14 outros países da Commonwealth: Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Ilhas Salomão e Tuvalu.

Além disso, ela é a chefe cerimonial dessa comunidade, uma associação de 54 nações, a maioria das quais foi governada pelos britânicos em algum momento da história. Todas, exceto duas, Ruanda e Moçambique, faziam parte do Império Britânico (Ruanda foi colonizada pela Alemanha e Moçambique, por Portugal).

A Commonwealth está inextricavelmente ligada à regência de Elizabeth 2ª.

“Nos primeiros 12 anos de seu reinado, o império praticamente desapareceu, a ponto de em 1965 o termo ‘Império Britânico’ ter deixado de ser usado”, escreve o historiador Ashley Jackson.

“Com o surgimento de uma comunidade multirracial de nações independentes com interesses divergentes, o papel da rainha tornou-se o de fornecer continuidade durante a transformação”.

Aos 95 anos, Elizabeth 2ª também é a soberana mais velha do Reino Unido e a mais velha do mundo.

Setenta desses 95 anos de vida foram cumpridos duas vezes, já que a rainha faz dois aniversários: o verdadeiro, em 21 de abril, e o oficial, em junho, geralmente no segundo sábado do mês.

A tradição do duplo aniversário começou em 1748 com George 2º, cujo aniversário real era em novembro, um mês altamente pouco confiável em termos de bom tempo para celebrações públicas. Eduardo 7º (1841-1910), que também nasceu em novembro, fazia aniversário oficial no verão.

O aniversário da rainha em abril, no entanto, não passa despercebido. É marcado por salvas de tiros de canhão: uma no Hyde Park ou Green Park, outra no Windsor Great Park e uma terceira na Torre de Londres.

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Por mais que se vissem semanalmente, rainha se recusava a chamar primeiro-ministro Anthony Blair por seu apelido: Tony

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Houve 14 primeiros-ministros do Reino Unido durante o reinado de Elizabeth II, cada um dos quais se encontrou com a rainha semanalmente no Palácio de Buckingham, uma tradição que começou com Winston Churchill (1874-1965).

“Eles gostavam de seus encontros semanais, riam muito e estavam unidos por um interesse compartilhado por cavalos e corridas”, diz o historiador Francis Beckett.

Mas o mesmo não pode ser dito de todos: a rainha era “educada, mas fria” com Edward Heath;  permanecia “ansiosa com o custo humano do thatcherismo”; e se recusava a chamar Tony Blair de ‘Tony’.

Por mais que se vissem semanalmente, a rainha evitava o apelido pelo qual o primeiro-ministro trabalhista era conhecido. Preferia “Anthony Blair”.

Um número semelhante de presidentes americanos ocupou o Salão Oval durante o reinado de Elizabeth 2º.

O primeiro foi Harry Truman, que a conheceu em sua primeira visita aos Estados Unidos em 1951, quando ainda era princesa; o mais recente é o atual presidente Joe Biden, que visitou o Castelo de Windsor em 2021. Eles se conheceram pela primeira vez em 1982, quando Biden era senador.

O único desses 14 líderes americanos que a rainha nunca conheceu foi Lyndon Johnson.

Houve sete papas católicos romanos no Vaticano durante seu reinado: Pio 12, João 23, Paulo 6º, João Paulo 1º, João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco.

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Embora a rainha nunca tenha tido um passaporte, pois estes são emitidos “em nome de Sua Majestade”, o que significa que ela emitiria um para si mesma, Elizabeth 2ª é talvez a chefe de Estado mais viajada da história.

A monarca fez 265 visitas oficiais ao exterior e visitou pelo menos 116 países até o momento, muitos como parte de suas funções como chefe da Commonwealth of Nations.

Ruanda e Camarões são os dois únicos dos 54 países da Commonwealth que ela ainda não visitou.

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Castelo de Windsor é o favorito de Elizabeth 2ª e onde passa a maior parte do tempo

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Quando está em casa, passa a maior parte do tempo em seis residências reais:

Palácio de Buckingham | Residência oficial de Elizabeth 2ª em Londres, como tem sido para todos os soberanos britânicos desde 1837. Hoje também serve como sede administrativa do monarca.

Castelo de Windsor | O castelo habitado mais antigo do mundo e onde a rainha passa muitos dos seus fins de semana privados. William, o Conquistador, escolheu o local para o castelo, após a conquista normanda.

Castelo de Balmoral | A propriedade escocesa privada da rainha, uma propriedade majestosa localizada às margens do rio Dee em Aberdeenshire. Todos os anos, Elizabeth 2ª passa o verão lá.

Sandringham House | A casa de campo privada de Elizabeth 2ª em Norfolk, onde a família real passa o Natal.

Palácio de Holyrood | A principal residência real na Escócia, com sede em Edimburgo. A rainha costuma passar uma semana lá no final de junho ou início de julho.

Castelo de Hillsborough | A residência oficial da Rainha na Irlanda do Norte e também a residência oficial do Secretário de Estado da Irlanda do Norte.

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Rainha é conhecida por seu amor pelo Pembroke Welsh Corgi, uma raça muito antiga de cão de pastoreio nativa da Grã-Bretanha

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A rainha é conhecida por seu amor pelo Pembroke Welsh Corgi, uma raça muito antiga de cão de pastoreio nativa da Grã-Bretanha.

Ela se apaixonou por eles desde a infância, e ganhou sua primeira cachorra, Susan, em seu aniversário de 18 anos.

Durante seu reinado, Elizabeth 2ª teve mais de 30 cães dessa raça.

A casa real testemunhou o nascimento de uma nova raça de cães: o dorgi — um híbrido que surgiu quando um dos corgis da rainha acasalou com um dachshund chamado Pipkin da princesa Margaret, irmã de Elizabeth 2ª e morta em 2002.

Mas os corgis não são os únicos animais na vida da rainha.

Elizabeth 2ª tem um grande interesse pela equitação e, em particular, pela criação de cavalos de corrida.

Estima-se que teve mais de 100 ao longo das décadas que, no total, conquistaram mais de 1,6 mil vitórias em corridas.

Por causa disso, a monarca teria ganhado 6,75 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 47 milhões) em prêmios em dinheiro.

Por outro lado, Elizabeth 2ª possui 100% dos cisnes não marcados do reino.

Os cisnes já foram um alimento apreciado em banquetes e, desde o início do século 12, a Coroa tem direito a todos os cisnes brancos não marcados encontrados em mar aberto.

Hoje, a rainha mantém o direito de reivindicar a propriedade de qualquer cisne branco não marcado nadando em águas abertas, mas esse direito é exercido principalmente em certos trechos do rio Tâmisa, e os cisnes nunca são comidos.

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Fonte: BBC

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