Assassinato de menina de 12 anos choca a França e provoca reação diante de políticas de imigração

O assassinato de uma menina de 12 anos cujo corpo foi encontrado dentro de uma lata de lixo, na sexta-feira (14), no nordeste de Paris, deixou a população francesa chocada, provocando críticas às políticas de imigração do governo.

A menina, identificada pelas autoridades apenas como Lola, foi vista pela última vez viva em imagens de câmeras de vigilância em seu prédio, horas antes de ser encontrada morta, disse o procurador do estado de Paris, em comunicado.

A autópsia revelou que Lola morreu de “insuficiência cardio-respiratória devido à asfixia, com sinais de compressão cervical”. Os números 0 e 1 foram escritos em tinta vermelha na sola dos pés da vítima – um detalhe macabro em deixou os franceses “profundamente abalados diante do horror e da dor”, declarou o porta-voz do governo, Olivier Véran, na quarta-feira (19).

Uma mulher de 24 anos foi detida sob custódia por suspeita de assassinato e estupro, além de tortura, atos de barbárie e ocultação de cadáver, disse o promotor estadual de Paris. Ele revelou também que a suspeita é uma imigrante argelina, que havia recebido ordens para deixar a França em 22 de agosto.

Ela entrou no país legalmente em 2016, com um visto de estudante, disse Veran. Em agosto, quando ela desembarcou no aeroporto de Orly, em Paris, as autoridades notaram que seu status de estudante havia expirado e emitiram uma ordem para que ela deixasse o território francês no prazo de um mês, antes de deixá-la entrar, explicou o porta-voz do governo.

Pouco depois de o presidente Emmanuel Macron se encontrar com os pais da menina assassinada no Palácio do Eliseu, na terça-feira (18), opositores políticos de direita acusaram o governo de falhar com a família, culpando suas políticas de imigração pela morte de Lola. “Mais uma vez, o suspeito desse ato bárbaro não deveria estar na França. O que você está esperando para agir para que essa imigração ilegal fora de controle seja finalmente interrompida?”, twittou Marine Le Pen, que este ano concorreu à presidência pela terceira vez, sem sucesso.

A primeira-ministra francesa Elisabeth Borne disse, em sessão parlamentar, que Le Pen deveria parar de politizar o caso e “mostrar alguma decência e respeito pela dor da família”.

Um homem de 43 anos também está sob custódia, acusado de ajudar a esconder o corpo da menina.

Fonte: AcheiUSA