Copa do Mundo 2022: por que partidas no Catar estão sendo as mais longas da história do torneio

O jogador iraniano Alireza Beiranvand sofreu uma concussão após uma forte cabeçada no início da partida.

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A partida da Inglaterra contra o Irã durou incríveis 117 minutos e 16 segundos, após a lesão do jogador iraniano Alireza Beiranvand

Uma das coisas que vem chamando a atenção do público são os minutos de acréscimo que os árbitros têm determinado.

Nos cinco primeiros jogos disputados no Catar, foram adicionados, no total, cerca de 85 minutos ao tempo regulamentar de 90 minutos, divididos em dois tempos.

A partida da Inglaterra contra o Irã, por exemplo, durou incríveis 117 minutos e 16 segundos, tornando-se a mais longa da fase de grupos da história da Copa do Mundo.

Isso se deveu em parte à lesão do goleiro iraniano Alireza Beiranvand, que sofreu uma concussão após uma grave colisão no início do jogo.

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A verdade é que, nesta Copa do Mundo, a Fifa está fazendo um esforço consciente para controlar com mais precisão o número de minutos em que o jogo fica parado.

A surpreendente vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina contou com sete minutos de acréscimo no primeiro tempo, além de quase 14 minutos adicionados no final da segunda etapa.

Os motivos da paralisação do jogo costumam ser variados: lesões, decisões do árbitro de vídeo (o VAR), substituições, pênaltis e cartões vermelhos. Há também o papel de alguns jogadores que atrasam deliberadamente o recomeço do jogo.

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O gol do jogador holandês Davy Klaassen no minuto 98:17 foi o segundo mais tardio da Copa do Mundo desde 1966

Pierluigi Collina, presidente do comitê de arbitragem da Fifa, confirmou na semana passada que os árbitros foram instruídos a monitorar com precisão o tempo perdido durante as partidas do Catar, algo que eles também tentaram colocar em prática na Copa do Mundo anterior de 2018, disputada na Rússia.

“Na Rússia, tentamos ser mais precisos ao compensar o tempo perdido durante as partidas e é por isso que vimos seis, sete ou até oito minutos adicionados”, disse ele a repórteres em uma entrevista antes do torneio.

“Pense nisso: se você fizer três gols em um tempo, provavelmente perderá quatro ou cinco minutos no total entre as comemorações e o reinício.”

O resultado dessa nova abordagem da Fifa foi a quebra de vários recordes.

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O primeiro tempo da partida entre Inglaterra e Irã registrou 13,59 minutos de inatividade

Pela contagem da página de estatísticas OptaJoe, os cinco tempos com mais paralisações em partidas da Copa do Mundo desde o início dos registros em 1966 ocorreram agora em 2022:

  • Inglaterra x Irã, primeiro tempo (13:59 minutos)
  • Argentina x Arábia Saudita, segundo tempo (13:53)
  • Inglaterra x Irã, segundo tempo (13:05)
  • Estados Unidos x País de Gales, segundo tempo (10:32)
  • Senegal x Holanda, segundo tempo (10:03)

Sem surpresa, todo esse tempo adicionado levou a alguns gols bem tardios.

O gol pênalti de Mehdi Taremi para o Irã contra a Inglaterra aconteceu quando o cronômetro marcava 102 minutos e 30 segundos. Trata-se do gol a acontecer mais tarde em tempo regulamentar na história da Copa do Mundo (excluindo a prorrogação).

Quem chegou perto desse recorde foi o holandês Davy Klaassen, que marcou aos 98 minutos e 17 segundos contra Senegal.

A duração das partidas causou grande agitação nas redes sociais, com alguns torcedores elogiando as tentativas da Fifa de reduzir o desperdício de tempo. Na contramão, outros disseram que isso está levando a partidas desnecessariamente longas.

De qualquer forma, essa mudança de rotina deve fazer qualquer torcedor pensar duas vezes antes de sair de um jogo antes do apito final do juiz.

Fonte: BBC